São Paulo, segunda-feira, 26 de março de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OSCAR 2001

O brasileiro "Uma História de Futebol" perde o prêmio de melhor curta-metragem para o alemão "Quiero Ser"

"O tigre e o Dragão", dirigido pelo taiwanês Ang Lee, é escolhido como melhor filme estrangeiro pela Academia

DA REPORTAGEM LOCAL
DO ENVIADO ESPECIAL A LOS ANGELES

O filme "Gladiador" foi o grande vencedor do Oscar 2001, em cerimônia encerrada à 1h50 de hoje. Além do prêmio de melhor filme, "Gladiador", que teve 12 indicações, confirmou seu favoritismo e levou outras quatro estatuetas: as de melhor ator (Russell Crowe), som, efeitos visuais e figurino.
"Traffic", no entanto, teve "o melhor aproveitamento". O filme ficou com quatro dos cinco prêmios que disputou -melhor ator coadjuvante (Benicio Del Toro), roteiro adaptado, montagem e diretor (Steven Soderbergh).
"O Tigre e o Dragão", com dez indicações, também levou quatro prêmios. Venceu nas categorias de melhor filme estrangeiro, fotografia, direção de arte e trilha sonora.
Julia Roberts confirmou as expectativas e levou a estatueta de melhor atriz por "Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento".
A 73ª premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood começou às 22h30, com apresentação do comediante Steve Martin.
Marcia Gay Harden levou o Oscar de melhor atriz coadjuvante por sua atuação em "Pollock", ainda inédito no Brasil. Foi a primeira vez que Marcia, que atuou em "Space Cowboys", foi indicada ao Oscar. "É uma vitória para uma atriz que era garçonete em Nova York."
"Traffic" ganhou sua primeira estatueta com a categoria montagem, sob a responsabilidade de Stephen Morrione. Na sequência, o filme levou o prêmio de melhor ator coadjuvante, pela atuação de Benicio Del Toro, que faz o papel de um policial mexicano que combate o narcotráfico.
Após a premiação, Benicio Del Toro disse que, por causa da greve dos roteiristas de Hollywood, terá que adiar sua participação no próximo filme de Walter Salles, "A Ascensão de uma Virgem".
Na sua sétima indicação ao Oscar, o Brasil perdeu de novo. O curta "Uma História de Futebol", de Paulo Machline, foi preterido pelo júri da 73ª premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Foi derrotado pelo alemão "Quiero Ser", de Florian Gallenberger, sobre dois órfãos que lutam para sobreviver nas ruas da Cidade do México.
"Uma História de Futebol" narra uma partida de futebol, no início dos anos 50, da qual participa Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, ainda com o apelido de Dico.
A primeira vez em que o Brasil concorreu ao Oscar foi com Ary Barroso, indicado pela música "Rio de Janeiro", da trilha de "Brazil" (1944). Depois vieram "O Pagador de Promessas" (1962), "O Quatrilho" (1996), "O Que É Isso, Companheiro?" (1997) e "Central do Brasil" (1999), que teve duas indicações, de melhor filme estrangeiro e de melhor atriz (Fernanda Montenegro).
Na platéia do Shrine Auditorium, em Los Angeles, onde aconteceu a premiação, estavam, além do diretor Paulo Machline, os roteiristas Maurício Arruda e José Roberto Torero, Marcelo Zavos, autor da trilha sonora, e Tony Gil, produtor. Pelé não foi. "Pois é, não deu. (O Oscar foi) justo para o que ninguém esperava", disse, logo após o anúncio, o co-roteirista Maurício Arruda, referindo-se ao fato de que o curta favorito era "One Day Crossing", sobre o Holocausto -tema que deu o Oscar de melhor documentário a "Into the Arms of Strangers: Stories of the Kindertransport".



Texto Anterior: Iraniano tem repertório baseado em poeta sufi
Próximo Texto: Tapete vermelho separa o caos da ordem
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.