A marca VR realizou um desfile de moda masculina anteontem, num galpão no Morumbi. Tudo estava bem, normal, o povo da moda, os convidados da marca... Até que foram chegando alguns atores globais. Agitação dos fotógrafos, o de sempre. É evidente que eles foram contratados para estar ali, como aconteceu em alguns desfiles da São Paulo Fashion Week, coalhados de celebridades na primeira fila. Será que, quando essas imagens chegam aos jornais e revistas, os leitores pensam se eles ganharam (honestamente, é verdade) cachê para prestigiar esta ou aquela marca, ou pensam apenas que a marca é "hype" (aspas) o suficiente para ter um ator da novela das oito sentado ali? Meninas e mulheres se esforçaram para ver o time de famosos, que em pé posavam para os flashes. Pareciam gostar de vê-los. Lembrei-me de como gostei de ver Bruce Willis num desfile da Versace, há alguns anos, e de como também gostei de ver Glenn Close numa festa da Armani. Em Hollywood e no Planeta Fashion, uma moeda de troca são guarda-roupas completos e o Oscar. Quem paga o que para quem nunca se saberá. Cada caso é um caso. Provavelmente, Madonna não ganhou nada para ver Helmut Lang, o que também vi numa temporada. O mundo da moda está cada vez mais colado à cultura das celebridades. E isso está apenas começando por aqui.

JÁ OUVIU A DANI SICILIANO?
Eu só penso em Dani Siciliano. Ela é a vocalista de timbre único que canta com Matthew Herbert, suave e especial. Americana que mora em Londres, lançou em janeiro seu primeiro disco, "Likes...", que comprei em fevereiro em Nova York, durante a temporada de desfiles (ela já apareceu em 99, cantando com Herbert em "Going Round", que está no disco do Danny Tenaglia. De lá para cá, todo mundo passou a amar Dani Siciliano, e ela virou a trilha do desfile de Jil Sander, warm-up de Miu Miu e trilha de todas as lojas descoladas de Paris e Milão). Dani toca clarinete e tem formação como cantora de jazz, gênero que está ajudando a renovar. Tanto que, no álbum (que tem colaboração de Matthew Herbert e é bem a cara dele), ela fez uma absurda versão de "Come as You Are", do Nirvana. Não tão absurda como o approach tropicalista da leitura de Caetano Veloso, mas edgy, com um clima de "dark jazz standard", como ela mesma definiu. O disco saiu pelo descolado selo !K7 (www.k7.com), responsável pelo próprio Herbert e pela série DJ Kicks. Corre atrás que vale a pena.

E A BANDA HYPE FRANZ FERDINAND?
Outro mega-hype que foi consagrado no desfile da Chanel é a banda Franz Ferdinand, que a Trama lança por aqui em maio. Um quê de Rapture + Strokes, uma atitude fashion nem-aí, o quarteto escocês apareceu em 2003 com "Darts of Pleasure", abrindo os shows do Interpol. É rock pra dançar, e todo mundo está gostando, incluindo meu amigo Lúcio Ribeiro, que também ama. Minha favorita é o hit "Take me Out". Se joga em www.erikapalomino.uolcom.br. , que está tudo lá.

SOMMER SE JOGA NA BAND E FAZ ATÉ MISS
O estilista Marcelo Sommer foi contratado por Marlene Mattos para uma consultoria de um ano na Band. "Já começamos a trocar as roupas e os cabelos de alguns apresentadores e, com o tempo, vamos passar por todos os programas", conta o estilista. Sommer também é o curador do concurso de Miss Brasil, que em 2005 completa 50 anos e acontece em 15 de abril no Credicard Hall. A idéia é a melhor: ele foi na Catalina, que faz os lendários maiôs para as misses, e está pensando também nos vestidos e trajes típicos em parceria com Alexandre Dutra, de BH. Sommer também vai cuidar da coroa da miss, claro.

SÃO PAULO FASHION WEEK TEM DATAS
Saíram as datas da próxima edição da São Paulo Fashion Week, a de verão 2004/2005. Os desfiles vão acontecer entre 16 e 22 de junho de 2004, novamente no prédio da Fundação Bienal. É o norte de todo o mercado, que antecipa as datas para ajustar a indústria como um todo, numa iniciativa importante. Nesta semana, o jornal especializado "WWD" publicou favorável cobertura do evento, apontando a moda brasileira como "discovery channel" (canal de descobertas), reforçando o interesse dos compradores internacionais na produção made in Brazil.

ABRAVANAR É A NOVA GÍRIA
Ai, abravana! Abravanar surgiu nos núcleos da noite e da moda da cidade, inspirada na figura do apresentador Silvio Santos (Abravanel). Abravanar é tipo deixar rolar -forte, enlouquecer. O velho e bom se joga.

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