São Paulo, sábado, 26 de março de 2011

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Mulher assinou a primeira coluna sobre o tema

DE SÃO PAULO

Mulher, mulata e psicanalista. Apesar da conjunção incomum, para a época, de predicados, Virgínia Bicudo fez sucesso na década de 50 com colunas e um programa de rádio sobre psicanálise.
Ela assinou entre 1951 e 1955 uma coluna semanal sobre o tema na "Folha da Manhã". Textos esparsos aparecem até os anos 70.
Chamada "Nosso Mundo Mental", a coluna foi, ao que tudo indica, a primeira sobre psicanálise no Brasil.
Com esse mesmo nome, ela fazia um programa na Rádio Excelsior, no qual dramatizava questões que queria analisar. Palestras dela no auditório do jornal atraíam mais de 300 pessoas.
Anúncio sobre a coluna, publicado no dia 18 de maio de 1951, dizia: "A partir de domingo a "Folha da Manhã" publicará uma série de estudos sobre a função do aparelho psíquico, os desajustamentos infantis, os conflitos conjugais e outros temas de alto interesse humano".
Bicudo (1915-2003) era socióloga e foi a primeira não médica a receber o título de psicanalista no país. Escreveu a primeira dissertação de mestrado sobre relações raciais, em 1945, diz Mariângela Moretzon, da Sociedade Brasileira de Psicanálise.
"Ela foi uma neta de escravos que chegou a ser aluna de Melanie Klein em Londres numa época em que Melanie era a estrela da psicanálise", afirma Moretzon. Ela viveu em Londres de 1955 a 1959.
Em 5 de junho de 1994, o Mais! publicou uma entrevista em que Bicudo dizia ter sido chamada de charlatã por seu vanguardismo.


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