free-lance para a Folha

O corpo do empresário e diretor de TV Walter Clark foi sepultado ontem, às 12h, no cemitério São João Batista, em Botafogo (zona sul do Rio). Um grupo de aproximadamente cem pessoas, entre parentes, amigos, artistas e empresários da área de comunicações, compareceu ao cemitério.
Principal executivo da Globo nos anos 60 e 70, Walter Clark, 60, morreu anteontem de madrugada, em consequência de uma insuficiência cardiorrespiratória provocada por uma crise de hipertensão.
O presidente das Organizações Globo, Roberto Marinho, elogiou o dinamismo de Clark como homem de televisão e disse não ter conhecimento de críticas feitas por Clark à Globo no livro ``O Campeão de Audiência''.
``Meus companheiros me pouparam de ler qualquer declaração do Walter que não tenha sido simpática. De qualquer maneira, ele foi uma grande alma, e nós devemos a ele o lançamento da TV Globo'', afirmou.
O único filho homem de Walter Clark, Fernando, 20, chegou de Los Angeles, às 11h30, e acompanhou o enterro. A filha Luciana, 31, modelo em Amsterdã, chegou durante a noite. A filha Eduarda, 24, mora no Rio. A caçula, Amanda, 10, não foi ao cemitério.
Walter planejava ir à Holanda para ver a neta Luísa Maria, de cinco meses, filha de Luciana, mas morreu sem conhecer a garota.
``Os filhos estão muito abalados. Foi uma grande perda pessoal e profissional'', afirmou a atriz Ilka Soares, ex-mulher de Clark e mãe de Luciana.
As Redes Globo e Bandeirantes enviaram coroas de flores. A Globo financiou o funeral. Sobre o caixão, foi estendida uma bandeira do Flamengo, clube do qual Clark era torcedor e onde exerceu três cargos de diretoria.
Os atores Stephan Nercessian, Renée de Vielmond e Lúcio Mauro, acompanharam o enterro.
O empresário Leopoldo Collor de Mello, 53, irmão do ex-presidente Fernando Collor, foi ao funeral. Ele disse que trabalhou com Clark na Globo, nos anos 60.

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