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TELEVISÃO
Novo organograma da rede, que voltou a demitir, preenche cargos de vice-presidente e de superintendentes
Silvio Santos agora divide poder no SBT
DANIEL CASTRO
da Reportagem Local
Desde o dia 1º de março, quando
entrou em vigor o novo organograma do SBT, Silvio Santos passou, oficialmente, a dividir o poder
interno, ao mesmo tempo em que
implantou uma administração
centralizada, encerrando um ciclo
que durava desde meados de 97.
Imediatamente, a mudança gerou a demissão de pelo menos 14
profissionais e da apresentadora
Debora Rodrigues, a ex-sem-terra.
Acionista majoritário do SBT, o
empresário e apresentador continua dando a última palavra na
emissora. Mas, agora, oficialmente, dedica-se mais à área artística
do que à administrativa.
O organograma da segunda
maior rede de TV do país voltou a
ter os cargos de vice-presidente e
de superintendentes de áreas, que
estavam vagos desde agosto de 97,
quando Silvio Santos tomou o controle administrativo do SBT, com a
saída de Guilherme Stoliar (então
vice-presidente) e de Luciano Callegari (então superintendente de
programação e operações).
Com o novo organograma, deixou de existir definitivamente o
sistema administrativo implantado por Santos, que dividia a emissora em diretorias e em "lojinhas".
Pelo sistema de "lojinhas", havia
um departamento administrativo
e financeiro para cada núcleo da
emissora. Eram núcleos, por
exemplo, os departamentos de
produção e de novelas. Ao todo,
chegaram a existir 18 "lojinhas",
cada uma com um orçamento independente, mas controlado por
uma diretoria financeira central.
O sistema de "lojinhas" começou
a ruir quando Eduardo Lafon assumiu a diretoria artística do SBT,
em novembro. "Na minha área
(que inclui a produção de programas, novelas, jornalismo e cenografia) eu unifiquei todas as "lojinhas" em uma só", resume Lafon.
No último dia 1º, José Roberto
Maluf (ex-Bandeirantes) assumiu
o cargo de vice-presidente. No organograma, Maluf está abaixo apenas de Luiz Sandoval, presidente
do Grupo Silvio Santos. Silvio Santos nunca teve cargo no SBT.
Abaixo de Maluf, estão quatro
superintendências: a artística (Lafon), a da geradora (Ivandir Kotait,
responsável pelos departamentos
comercial e de marketing), a administrativa e financeira (Rowley B.
Martos) e a de redes e afiliadas (Júlio César Casares).
Os superintendentes e Maluf se
reúnem toda semana. Uma das
primeiras decisões do grupo foi
unificar a administração.
Na última sexta-feira, os funcionários que trabalhavam no setor
administrativo das produções (os
dos programas de Silvio Santos,
por exemplo) foram remanejados
ou demitidos. A gestão financeira
das produções passou a ser centralizada pela superintendência administrativa e financeira.
No SBT, comenta-se que 47 pessoas teriam sido demitidas na semana passada. Eduardo Lafon, superintendente-artístico, diz que
foram apenas "13 ou 14 demissões"
e que não haverá novos cortes. "Algumas pessoas foram transferidas
para a administração central", diz.
Pela nova orientação do SBT,
não serão renovados contratos de
artistas que estiverem sem programa, como foi o caso de Debora Rodrigues, e todos os projetos de novos programas serão avaliados pela vice-presidência.
Por isso a única estréia neste ano
foi a do humorístico "Ô... Coitado!". Para o segundo semestre, podem vingar o novo "Qual É a Música" e "Isto É Real" (jornalístico sobre "fatos curiosos"). Segundo Lafon, ainda não se cogita um telejornal, mas a emissora deve em breve
montar equipes de jornalismo (repórteres, câmeras e iluminadores).
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