São Paulo, sábado, 26 de abril de 2008

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CINEMA EM NOVA YORK

No Tribeca, sala lotada aplaude "Tropa" sem grande ênfase

DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK

Com os 750 ingressos esgotados e uma fila para lista de espera formada com duas horas de antecedência, o longa "Tropa de Elite" teve na noite de anteontem sua primeira exibição pública nos EUA, no Festival Tribeca, em Nova York.
Entre risadas em falas como "o senhor é um fanfarrão" (que virou "you are a joke" na legenda) e silêncio absoluto em outras como "põe no saco" ("bag him"), o filme foi aplaudido por cerca de dez segundos, sem grande ênfase, pelos espectadores. Entre o público (na casa dos 30 anos) do auditório da Universidade Pace, falava-se mais inglês que português. Após a exibição, metade dos espectadores ficou para ouvir José Padilha falar sobre o filme e a violência no país.
As perguntas do público: "Qual foi a reação do Brasil sobre o filme?", "Os policiais desse filme são piores que os de [documentário de Padilha] "Ônibus 174'?", "Algo mudou?". "Não vou fingir que o Brasil é um país seguro para os turistas visitarem", dizia o diretor, defendendo filmes como "Cidade de Deus" e "Notícias de Uma Guerra Particular".
Para Padilha, foi boa a recepção -o longa não participa da mostra competitiva do Tribeca, da qual ele é jurado. "A platéia costuma ter duas reações: a espontânea, como foi aqui; e a outra, quando a imprensa faz perguntas antes da exibição, como foi em Berlim. Lá a imprensa brasileira fez as primeiras perguntas e aí ficaram falando que o filme é fascista." "Tropa..." deve entrar em cartaz nos EUA em setembro. No próximo dia 5, será exibido em Harvard, dentro de um evento sobre criminalidade.


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