São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 2000


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MÔNICA BERGAMO

Coração de mãe

Anna Ottoni/Folha Imagem
Thomas Rössel, o moço cacheado da direita, toca viola e Aleksandar Ivic, o loiro com ar angelical, empunha o violino; os dois pitéus da Filamônica de Berlim batiam um papinho e bebericavam água nos fundos do Municipal, depois do batente


Inimigos, inimigos, negócios à parte. Além de Orestes Quércia, que esteve com o presidente Fernando Henrique pedindo ajuda para seus projetos de comunicação, centrados na Internet, também o ex-prefeito Paulo Maluf bateu às portas do bancão do governo.

Sua empresa, a Eucatex, protocolou no começo do ano um pleito de R$ 25 milhões no guichê do BNDES. O dinheiro servirá para a automação de fábricas no interior de São Paulo.

A Eucatex é presidida por Flávio Maluf, filho e tesoureiro informal das campanhas do pai.

CURTO-CIRCUITO

A soprano Maria Guleghina e o tenor Richard Leech apresentam-se acompanhados da Orquestra Sinfônica e Coral Lírico Municipais, regidos pelo maestro Isaac Karabtchevsky no Teatro Municipal nos dias 29 e 31. O grupo Solo Brasil faz única apresentação de "Uma Viagem Através da Música do Brasil" domingo no Sesc Pompéia. O lançamento do CD "Coleção", do Kid Abelha, será hoje às 22h no Palace. O cenário é assinado por Lia Renha e a iluminação, por Marcelo Linhares, que instalou 17 quilômetros de tubos plásticos transparentes. No final do show, Paula Toller vai jogar um buquê, e quem pegar escolhe uma música. Antônio Nóbrega apresenta o novo espetáculo, "Marco do Meio- Dia", em Paris. Os shows serão nos dias 3 e 4 no La Villete. O show do Paralamas do Sucesso amanhã na praça Charles Miller, no Pacaembu, será transmitido em tempo real pela Internet.

PERDÃO
O Banco do Brasil está a um passo de anular as punições que aplicou em 20 funcionários por operações realizadas com a construtora Encol. O BB emprestou R$ 324 milhões à construtora, até 97, e recebeu como garantia apenas R$ 172 milhões. A Encol quebrou e deixou o pepino pendurado no banco.

A diretoria resolveu reabrir o caso e já está recebendo nova defesa dos afastados.

São funcionários de terceiro escalão. Os diretores do BB passaram incólumes até mesmo por essa primeira punição.

VENDE-SE
Furnas vai anunciar um lucro de R$ 219 milhões de janeiro a abril. No mesmo período de 99, o prejuízo foi de $ 505 milhões.

HE-MAN
Ao desfiar ao deputado Ricardo Berzoini, do PT, os motivos que levaram o PDT a se aliar com Luiza Erundina, do PSB, para a prefeitura de São Paulo, o ex-governador Leonel Brizola soltou: "Estamos pensando em fundir PDT e PSB". Os dois têm a metade da bancada do PT.

MOVIOLA
Trama, a gravadora que está puxando a MPB num molho bem soul, agora quer inventar boas receitas em cinema, com consultoria de Carla Esmeralda, do Sundance Festival. O menu tem documentários sobre Tom Zé, Baden Powell, o movimento hip hop e a música eletrônica.

TURMALINA
Até Supla foi sapear, em Londres, o que é que a artista plástica brasileira Kim Poor anda fazendo. Mulher de Steve Hackett, do Genesis (lembra?), ela lançou terça uma coleção de jóias com pedras do Brasil. Na fila para cumprimentar Kim, estava a estilista Suzanne Clements. Só um colar de Kim custava 5.000 libras.

PONCHO
O fotógrafo Armando Prado vai assinar as fotos da coluna Navigator da próxima edição da revista inglesa "Wallpaper". O ensaio é sobre o Uruguai.

TOCA VIRTUAL
Agora é um repórter da "Playboy" que vai ficar confinado em casa durante um mês, fazendo tudo pela Internet. Leandro Simões vai marcar encontros com amigos, fazer compras, contratar massagista e ouvir música pela rede.

Sexo, só se ele fisgar uma gata na web. Em tempo: as câmeras serão instaladas fora do quarto.

FOLGA

Computa, Millôr, computa

Depois de seis décadas de verve afiada, Millôr Fernandes não é o tipo de sujeito que precisa conter a língua. É um privilegiado: só fala o que lhe dá na telha. Como controla tudo o que faz, ele pessoalmente montou seu site na Internet, no qual estão charges, peças, artigos - aquele anedotário sempre cheio de veneno. O site será lançado na segunda, numa festona no Copacabana Palace, salpicada de champanhe e glamour."Vou ser a única pessoa sem gravata."
Folha - Millôr conectado na rede vai ser ainda melhor?
Millôr - Nunca saí da conexão, estou sempre on line com o sexo oposto. Mas o acesso é limitado.
Folha - Você é como o Ziraldo, que falou "eu nunca broxei"?
Millôr - Sou até melhor. O Ziraldo disse isso já faz tempo.
Folha - Bom, mas agora você está fascinado com a Internet.
Millôr - A Internet e eu fomos feitos um para o outro. É a oitava maravilha de não-sei-o-quê, dá para juntar tudo o que eu fiz.
Folha - Muito do espírito do que você fez continua por aí. O que acha da "Bundas", a nova revista da sua turma do "Pasquim"?
Millôr - Nenhuma palavra minha entra na "Bundas". Não quero me repetir, é uma revista escatológica no mau sentido.
Folha - Você brigou com seus amigos?
Millôr - Não briguei, nem vou esculhambar, mas sou sincero.
Folha - Você diz o que pensa para quem monta um texto seu?
Millôr - Para não ferir sentimentos, eu jamais assisti a uma montagem de texto meu.
Folha - E a censura na sua ópera dos 500 anos?
Millôr - Imagina só, fui censurado porque falei do Fernando Henrique e da família Sarney. Logo o Sarney, que saiu da história para cair na vida (risos).

E-mail: bergamo@folhasp.com.br Colaboraram
CRISTINA RAMALHO
E LUCIANA COSTA



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