São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 2006

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Rosa Chá em Nova York, segundo Fern Mallis

A decisão do estilista Amir Slama de deixar a São Paulo Fashion Week e desfilar a grife Rosa Chá só em Nova York estourou como uma granada no meio da moda brasileira. Na mesma semana, Cavalera e Osklen também anunciaram que pretendem desfilar nos EUA, mantendo, porém, as apresentações no Brasil. Para Fern Mallis, a superpoderosa diretora da Olympus Fashion Week, de Nova York, a decisão dos brasileiros não indica uma tendência no país -é apenas a busca pelo mercado internacional, tendo Nova York como porta de entrada. "Em algum momento muitos estilistas que expõem seu trabalho exclusivamente em um mercado querem passar para um mercado maior", diz ela, na entrevista a seguir.  

FOLHA - Como a sra. vê a decisão da Rosa Chá de mostrar as suas coleções apenas em Nova York?
FERN MALLIS
- Sempre fico feliz quando confirmo que Nova York é o lugar onde estilistas de todo o mundo querem fazer negócios e estou contente que a cidade tenha funcionado tão bem para Amir Slama que ele vai começar a expor seu trabalho aqui com mais freqüência.

FOLHA - A presença da Rosa Chá, conhecida por suas roupas de verão, terá relevância para os desfiles de inverno de Nova York?
MALLIS
- Com o aquecimento global e o fato de tantas pessoas hoje viverem e viajarem cada vez mais para lugares de clima quente, não prevejo que isso seja um problema nem que tenha qualquer impacto [negativo] sobre as coleções desta temporada.

FOLHA - Que critério utiliza para aceitar uma marca?
MALLIS
- Sempre procuramos que nossa programação seja composta por estilistas que já são mundialmente conhecidos, ou que ela inclua novos talentos que merecem a chance de crescer, ao serem vistos pelo mundo. Depois de 14 anos de desfiles, já sabemos o que funciona ou não.

FOLHA - A sra. acha que marcas de sucesso no Brasil tendem a mudar seus shows para o exterior?
MALLIS
- Não é necessariamente uma tendência, mas em algum momento muitos estilistas que expõem seu trabalho exclusivamente em um mercado querem passar para um mercado maior, o que, de alguma maneira, significa mostrar seu trabalho em outras semanas de moda que têm uma gama mais ampla de compradores e mídia.

FOLHA - A sra. recebeu outras propostas de grifes brasileiras?
MALLIS
- A cada temporada continuamos a sentir o interesse de novos estilistas brasileiros, além de outros de todo o mundo, mas optamos por não divulgar quem vai mostrar sua coleção ou quem solicitou uma vaga para isso até o momento de confirmar nossa programação de desfiles. Em todo caso, há anos estamos abertos à possibilidade de trabalhar com brasileiros, e vamos continuar abertos, desde que o espaço permita.

FOLHA - O que a sra. acha da moda feita no Brasil?
MALLIS
- Pessoalmente, gosto muito da moda brasileira, e os estilistas brasileiros me impressionaram bem. As cores, o espírito e as possibilidades são infinitos. A moda brasileira precisa se conservar renovada, criativa e focada para conseguir manter uma presença internacional.


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