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BYE BYE BRASIL
Rosa Chá em Nova York, segundo Fern Mallis
A decisão do estilista Amir
Slama de deixar a São Paulo
Fashion Week e desfilar a grife Rosa Chá só em Nova York
estourou como uma granada
no meio da moda brasileira.
Na mesma semana, Cavalera
e Osklen também anunciaram que pretendem desfilar
nos EUA, mantendo, porém,
as apresentações no Brasil.
Para Fern Mallis, a superpoderosa diretora da Olympus Fashion Week, de Nova
York, a decisão dos brasileiros não indica uma tendência
no país -é apenas a busca pelo mercado internacional,
tendo Nova York como porta
de entrada. "Em algum momento muitos estilistas que
expõem seu trabalho exclusivamente em um mercado
querem passar para um mercado maior", diz ela, na entrevista a seguir.
FOLHA - Como a sra. vê a decisão
da Rosa Chá de mostrar as suas coleções apenas em Nova York?
FERN MALLIS - Sempre fico feliz
quando confirmo que Nova
York é o lugar onde estilistas
de todo o mundo querem fazer negócios e estou contente
que a cidade tenha funcionado tão bem para Amir Slama
que ele vai começar a expor
seu trabalho aqui com mais
freqüência.
FOLHA - A presença da Rosa Chá,
conhecida por suas roupas de verão, terá relevância para os desfiles de inverno de Nova York?
MALLIS - Com o aquecimento
global e o fato de tantas pessoas hoje viverem e viajarem
cada vez mais para lugares de
clima quente, não prevejo que
isso seja um problema nem
que tenha qualquer impacto
[negativo] sobre as coleções
desta temporada.
FOLHA - Que critério utiliza para
aceitar uma marca?
MALLIS - Sempre procuramos
que nossa programação seja
composta por estilistas que já
são mundialmente conhecidos, ou que ela inclua novos
talentos que merecem a
chance de crescer, ao serem
vistos pelo mundo. Depois de
14 anos de desfiles, já sabemos o que funciona ou não.
FOLHA - A sra. acha que marcas
de sucesso no Brasil tendem a mudar seus shows para o exterior?
MALLIS - Não é necessariamente uma tendência, mas
em algum momento muitos
estilistas que expõem seu trabalho exclusivamente em um
mercado querem passar para
um mercado maior, o que, de
alguma maneira, significa
mostrar seu trabalho em outras semanas de moda que
têm uma gama mais ampla de
compradores e mídia.
FOLHA - A sra. recebeu outras
propostas de grifes brasileiras?
MALLIS - A cada temporada
continuamos a sentir o interesse de novos estilistas brasileiros, além de outros de todo o mundo, mas optamos
por não divulgar quem vai
mostrar sua coleção ou quem
solicitou uma vaga para isso
até o momento de confirmar
nossa programação de desfiles. Em todo caso, há anos estamos abertos à possibilidade
de trabalhar com brasileiros,
e vamos continuar abertos,
desde que o espaço permita.
FOLHA - O que a sra. acha da moda feita no Brasil?
MALLIS - Pessoalmente, gosto
muito da moda brasileira, e os
estilistas brasileiros me impressionaram bem. As cores,
o espírito e as possibilidades
são infinitos. A moda brasileira precisa se conservar renovada, criativa e focada para
conseguir manter uma presença internacional.
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