São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2000


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Curadoria de marchand vira modismo

DA REPORTAGEM LOCAL

A escolha de um marchand como curador de exposição de arte pode colocar sob suspeita os critérios curatoriais. Afinal, um marchand pode sobrepor critérios comerciais a um olhar crítico.
Mesmo assim, duas grandes exposições em São Paulo foram organizadas por marchands. Além de Pennacchi, a retrospectiva de Guignard, no Masp, é curada pelo marchand Jean Boghici.
"Fui escolhido pela família de Pennacchi porque organizei, há 27 anos, uma grande exposição no Masp e desde então acompanho toda a trajetória do artista", disse à Folha.
"Já fui artista plástico e sempre preferi as obras dos outros, o que me levou a ser marchand. Acho esse olhar importante para uma curadoria, mas eu não organizaria exposições de arte contemporânea, por exemplo", justifica Jean Boghici.
É mesmo difícil dividir as duas funções atualmente, afinal são esferas muito interpenetradas.
Em vários outros museus do mundo, marchands tornaram-se curadores. É o caso do recém-criado Museu de Artes Primeiras, sediado no Louvre, em Paris, sobre arte africana e pré-colombiana. Seu criador e curador é Jacques Kerchache, grande marchand de arte africana.
Uma grande exposição em Roma, no Museu Capitolino, "Pintura Italiana Século 17", tem também curadoria do marchand Clovis Whithfield.
E, finalmente, não se pode esquecer do criador do Masp, Pietro Maria Bardi, que foi um marchand notável e organizou muitos exposições no museu.
(FCy)


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