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Curadoria de marchand vira modismo
DA REPORTAGEM LOCAL
A escolha de um marchand como curador de exposição de arte
pode colocar sob suspeita os critérios curatoriais. Afinal, um marchand pode sobrepor critérios comerciais a um olhar crítico.
Mesmo assim, duas grandes exposições em São Paulo foram organizadas por marchands. Além
de Pennacchi, a retrospectiva de
Guignard, no Masp, é curada pelo
marchand Jean Boghici.
"Fui escolhido pela família de
Pennacchi porque organizei, há
27 anos, uma grande exposição
no Masp e desde então acompanho toda a trajetória do artista",
disse à Folha.
"Já fui artista plástico e sempre
preferi as obras dos outros, o que
me levou a ser marchand. Acho
esse olhar importante para uma
curadoria, mas eu não organizaria exposições de arte contemporânea, por exemplo", justifica
Jean Boghici.
É mesmo difícil dividir as duas
funções atualmente, afinal são esferas muito interpenetradas.
Em vários outros museus do
mundo, marchands tornaram-se
curadores. É o caso do recém-criado Museu de Artes Primeiras,
sediado no Louvre, em Paris, sobre arte africana e pré-colombiana. Seu criador e curador é Jacques Kerchache, grande marchand de arte africana.
Uma grande exposição em Roma, no Museu Capitolino, "Pintura Italiana Século 17", tem também curadoria do marchand
Clovis Whithfield.
E, finalmente, não se pode esquecer do criador do Masp, Pietro Maria Bardi, que foi um marchand notável e organizou muitos exposições no museu.
(FCy)
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