São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2000


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LITERATURA INFANTIL

Brasileira leva contos a biblioteca de NY

Contadora vai aos EUA e inverte caminho de Monteiro Lobato

FRANCESCA ANGIOLILLO
DA REDAÇÃO

Com 12 tramas na mala, a escritora e contadora de histórias Ana Lúcia Brandão, 38, viaja esta semana para os Estados Unidos.
Convidada pela biblioteca infantil Mills Basin, em Nova York, ela faz o caminho inverso de Monteiro Lobato (1882-1948). Nos anos 50, ele "importou" da cidade a idéia de reunir crianças em torno do contador. A idéia foi implantada na biblioteca infantil de São Paulo, que hoje tem o nome do autor, onde Ana Lúcia começou a contar histórias há 14 anos.
A partir do dia 13 de julho, ela toma assento para mostrar a crianças americanas, na faixa dos 6 anos, um pouco da literatura e do conto popular brasileiro.
Assento não é bem a palavra, já que Ana Lúcia e as crianças não devem ficar muito paradas. Parte do ofício de contar um conto reside na ambientação.
Assim, para interpretar a literatura de Sylvia Orthof (autora que foi tese de mestrado de Ana Lúcia) em "Ciranda de Anel e Céu", sobre a cirandeira Lia de Itamaracá, ela traduziu o famoso refrão "essa ciranda quem me deu foi Lia", para dançar com sua platéia.
Já para "Maria Tereza", conto de Roger Mello (ilustrador e autor que ela estuda agora, no doutorado) que tem como personagem uma carranca, Ana Lúcia mandou fazer bonecos de espuma, bem como para representar o saci, "único "gnomo" que a gente tem", que deve aparecer nas obras de Lobato, autor que também está na empreitada nova-iorquina.
Ana Lúcia transpôs a experiência lúdica para uma coleção de livros-jogos, Lendas de Terras Distantes, das Edições Paulinas. Começada em 99 com a japonesa "Uraschima Taro" (que vem com um jogo da memória de figuras nipônicas), a coleção traz as "mais pedidas" da contadora. O próximo título, previsto para outubro, é o conto norueguês "Bola de Manteiga", acompanhado de um teatrinho de papel.



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