São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MÚSICA

Líder do grupo Hole posiciona-se contra a indústria fonográfica em discurso proferido neste mês em Nova York

Na cultura pop, MP3 equivale ao genoma

LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Vivemos a revolução. A grande questão hoje na cultura pop é: conseguirão um moleque de 19 anos e um exército planetário de amigos ocasionais que gostam de som e Internet destruir a colossal indústria musical?
Para quem faz uso de computador e sabe o que significa Napster e MP3, a resposta parece fácil. Este realmente é o fim da indústria da música tal qual a conhecemos.
Se a tal revolução causada pelo binômio Napster/MP3 se estabelecer (e vai), o texto que a Folha publica abaixo serve como uma espécie de Carta Magna.
Saiu na revista eletrônica "Salon" (www.salon.com) e reproduz o discurso que a roqueira Courtney Love proferiu em Manhattan, no último dia 14, em uma manifestação pró-Napster.
O Napster é um programa, criado por um adolescente em 1999, que facilita a troca de arquivos musicais (MP3) pela Internet, possível em qualquer lugar do mundo onde houver um computador ligado à rede. O espírito é de um banco de dados gigante, uma cooperativa de milhões. Todos podem "baixar" músicas do computador de outros usuários.
Sem exagero e para resumir, a polêmica em torno do Napster para o entretenimento equivale ao sequenciamento do genoma humano para a medicina.
A Justiça, grandes gravadoras, bandas de todo tipo, advogados, ninguém sabe o que fazer com essa engenhoca internáutica que tem quase 10 milhões de usuários, vem botando artista contra artista e se posiciona em algum conceito entre a salvação da música e a mais descarada pirataria.
O Napster veio para ficar: o problema é esperar para ver se vai matar a indústria da música ou ser assimilado por ela.
Sob a poeira da discórdia, é possível ver a poderosa e bilionária banda Metallica mandando um recado direto para aquele fã que quer músicas do grupo sem comprar o disco: "Desapareça. Deixe o Metallica em paz".
No outro canto do ringue, entre muitos está Courtney Love, cantora, atriz e viúva da legenda Kurt Cobain, ex-Nirvana.
No "Love Manifesto", que a Folha publica abaixo, a roqueira diz que vai romper com sua gravadora, mostra detalhadamente quanto ganha um grupo de porte como o seu e o que fatura uma grande gravadora. Ela também afirma que agora vai cuidar por conta própria da carreira, dela e de sua banda.


Texto Anterior: Livro/lançamento: Drauzio Varella "dá um jeito" em suas memórias
Próximo Texto: Panorâmica: Filho de Jagger ganha 1ª festa de aniversário
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.