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São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2003

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TELEVISÃO

Presidente do canal falou ontem na Assembléia

Cunha Lima expõe as contas da TV Cultura, e deputados pedem CPI

DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Deputados e sindicalistas defenderam ontem a abertura de uma CPI da TV Cultura, durante audiência pública na Assembléia Legislativa de São Paulo. No encontro, convocado pelo deputado Vicente Cândido (PT), os parlamentares ouviram o depoimento de Jorge da Cunha Lima, presidente da Fundação Padre Anchieta, que administra a emissora.
A defesa da abertura da comissão parlamentar de inquérito foi feita por Ênio Tatto (PT) e Orlando Morando (PSB), que já protocolaram pedido para a instalação da investigação da crise na TV.
Um abaixo-assinado com 564 assinaturas foi entregue aos deputados em nome dos sindicatos dos radialistas, jornalistas e artistas de SP. Organizado em resposta às demissões de fevereiro na Cultura, o documento pede também a instalação de uma CPI, além de solicitar a liberação dos recursos do Estado para a TV.
Exibindo balanços desde 1995, quando assumiu o cargo, Cunha Lima voltou a atribuir as dificuldades da TV à falta de recursos para investimentos -assim como havia feito em depoimento à Câmara, em 5 de junho. "Um déficit de 5% nas contas é razoável em qualquer veículo de comunicação. O que não dá é o vazio do investimento", afirmou.
Segundo ele, as receitas próprias da emissora vêm aumentando e os repasses efetuados pelo governo têm permanecido contingenciados (bloqueados) para investimentos em tecnologia.
"Falar de uma caixa d'água ruindo é muito mais dramático do que falar que você vai morrer daqui há quatro anos por problemas dessa ordem [atraso tecnológico]", disse ele, que tem reunião marcada com o conselho da fundação no próximo dia 14.
Entre as propostas que deverão ser debatidas, estaria a de instituir uma "contribuição voluntária" nas contas de telefone ou de cartão de crédito dos paulistas.
"Buscar recursos na sociedade tem limite, no máximo 30% [da receita da emissora deve vir dessa contribuição]. Esse é um limite moral e ético", disse Cunha Lima.
O governo estadual tem afirmado que os cortes que atingiram a TV Cultura são consequência de redução do orçamento em todas as áreas. Atribui a situação da emissora a problemas em sua administração.


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