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TELEVISÃO
Presidente do canal falou ontem na Assembléia
Cunha Lima expõe as contas da TV Cultura, e deputados pedem CPI
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Deputados e sindicalistas defenderam ontem a abertura de uma
CPI da TV Cultura, durante audiência pública na Assembléia Legislativa de São Paulo. No encontro, convocado pelo deputado Vicente Cândido (PT), os parlamentares ouviram o depoimento de
Jorge da Cunha Lima, presidente
da Fundação Padre Anchieta, que
administra a emissora.
A defesa da abertura da comissão parlamentar de inquérito foi
feita por Ênio Tatto (PT) e Orlando Morando (PSB), que já protocolaram pedido para a instalação
da investigação da crise na TV.
Um abaixo-assinado com 564
assinaturas foi entregue aos deputados em nome dos sindicatos
dos radialistas, jornalistas e artistas de SP. Organizado em resposta às demissões de fevereiro na
Cultura, o documento pede também a instalação de uma CPI,
além de solicitar a liberação dos
recursos do Estado para a TV.
Exibindo balanços desde 1995,
quando assumiu o cargo, Cunha
Lima voltou a atribuir as dificuldades da TV à falta de recursos
para investimentos -assim como havia feito em depoimento à
Câmara, em 5 de junho. "Um déficit de 5% nas contas é razoável
em qualquer veículo de comunicação. O que não dá é o vazio do
investimento", afirmou.
Segundo ele, as receitas próprias da emissora vêm aumentando e os repasses efetuados pelo
governo têm permanecido contingenciados (bloqueados) para
investimentos em tecnologia.
"Falar de uma caixa d'água
ruindo é muito mais dramático
do que falar que você vai morrer
daqui há quatro anos por problemas dessa ordem [atraso tecnológico]", disse ele, que tem reunião
marcada com o conselho da fundação no próximo dia 14.
Entre as propostas que deverão
ser debatidas, estaria a de instituir
uma "contribuição voluntária"
nas contas de telefone ou de cartão de crédito dos paulistas.
"Buscar recursos na sociedade
tem limite, no máximo 30% [da
receita da emissora deve vir dessa
contribuição]. Esse é um limite
moral e ético", disse Cunha Lima.
O governo estadual tem afirmado que os cortes que atingiram a
TV Cultura são consequência de
redução do orçamento em todas
as áreas. Atribui a situação da
emissora a problemas em sua administração.
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