São Paulo, domingo, 26 de junho de 2011

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Ivete Sangalo é alvo de devassa da Justiça e da Receita

Juíza do Trabalho da Bahia obriga banco e gravadora a revelar quem administra pagamentos da banda

Baterista acusa cantora de usá-lo como laranja para sonegar impostos; ela diz que trabalho era prestação de serviço

THAIS BILENKY
DE SÃO PAULO

Um processo contra Ivete Sangalo que se se arrasta desde janeiro ganhou novos capítulos na última semana.
O ex-baterista Antônio da Silva, conhecido como Toinho Batera, entrou com uma ação na Justiça dizendo que a cantora obrigou os músicos de sua banda a abrir uma empresa para não ter que contratá-los formalmente.
Ele pede indenização de R$ 5 milhões por danos trabalhistas. O caso corria em segredo de Justiça até a semana passada.
A denúncia de Batera foi feita após Ivete demiti-lo, em 2010. À época, ela fez uma auditoria em sua holding, a Caco de Telha. E descobriu, segundo a revista "Veja", que havia um rombo financeiro, supostamente causado por seu irmão, Jesus Sangalo, que geria a empresa.
A 18ª Vara do Trabalho de Salvador tirou da cantora o direito ao sigilo do processo na quarta-feira, dia 15. Com isso, vem a público a série de determinações impostas pelo juiz desde janeiro.
No dia 16 de fevereiro, a Receita Federal abriu investigação contra a Banda do Bem, a empresa dos músicos que tocam com Ivete, "para verificação de possíveis indícios de irregularidade fiscal".
Em junho, a juíza do caso, Lucyenne Veiga, determinou quebra de sigilo bancário da Banda do Bem. Mandou a agência do Bradesco em que a empresa tinha sua conta informar quem a abriu, quem a administra e como é sua movimentação financeira, "com máxima urgência".
A juíza ordenou também que hotéis onde o baterista se hospedou em turnês com a cantora dissessem quem pagou as despesas. E mandou a Universal Music enviar "as autorizações de uso de imagem, os recibos de pagamentos de cachê e informar os CDs e DVDs efetivamente gravados [por Silva] ao longo da carreira" de Ivete.
Alguns hotéis e a gravadora não haviam respondido até o início de junho.
A defesa do baterista, autor da ação, afirma que a Banda do Bem não passa de "fachada". "Estamos querendo provar que Ivete mandou abrir a empresa para não ter que registrar os músicos e pagar mais impostos", diz o advogado Willer Tomaz.

AGRESSÃO
Batera afirma que, após ser demitido, tentou fazer um acordo com Jesus Sangalo, mas acabou sendo agredido. Jesus nega.
Valton Pessoa, advogado de Ivete, está avaliando se entra com mandado de segurança contra a revogação do segredo de Justiça. Pessoa afirma que "a discussão do processo é exclusivamente trabalhista. O baterista alega que era empregado, e a Caco de Telha sustenta que ele era sócio de uma empresa, que trabalhava com autonomia, sem subordinação".

Colaborou GRACILIANO ROCHA, de Salvador


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