São Paulo, domingo, 26 de junho de 2011

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CRÍTICA TV

"A Mulher Invisível" é mais complexo do que sinopse promete

RODRIGO RUSSO
COORDENADOR DE ARTIGOS E EVENTOS

Seguindo a fórmula de desmembrar filmes nacionais com bom público nos cinemas em seriados de televisão, a Globo tem motivos para comemorar o desempenho de "A Mulher Invisível".
Sem inovações estéticas, como no psicodélico "Afinal, o que Querem as Mulheres?", de 2010, mas com roteiro bem elaborado e atuações sólidas dos protagonistas, a nova série estreou com 25 pontos de audiência, nove a mais que sua antecessora de horário, "Divã" -também inspirada em um filme.
A primeira temporada (já se fala em uma segunda fornada de episódios), segundo o site da emissora, "conta a história de Pedro (Selton Mello) e de Amanda (Luana Piovani), uma mulher que apenas ele pode enxergar e que reúne todos os atributos da amante ideal. A situação de Pedro é complicada. O rapaz está casado com Clarisse (Débora Falabella) e vai precisar lidar com o fato de ter duas mulheres em sua vida".
A trama, contudo, é bem mais original e complexa do que a sinopse faz parecer.
"A Mulher Invisível" retrata a insuficiência e a insatisfação do homem moderno com a vida cotidiana. Não basta estar bem casado (e Falabella está deslumbrante), é preciso mais, é preciso ter o ideal (Piovani, claro). Como o dicionário ensina, ideal é o que só existe no pensamento.
Assim, Pedro não tem duas mulheres em sua vida: tem apenas uma, Clarisse, já que Amanda, em última essência, é ele, são seus ideais.
O segundo episódio, com muito bom humor, deixou isso claro: Clarisse cria um amante invisível (desta vez, o telespectador não consegue vê-lo), para que Pedro morra de ciúmes e proponha o fim desses pares fictícios.
Por mais que ela tente, porém, não tem sucesso em substituir Amanda nas tarefas em que Pedro a construiu como companhia.
De forma madura, notando a tristeza de Pedro, a personagem pede o retorno da mulher invisível e explica: se Amanda é parte dele, viver sem ela é, em alguma medida, viver sem ele. A história que existe, portanto, e que vale a pena assistirmos é a de Pedro e Clarisse, um casal imperfeito (como todos), mas real.

"A MULHER INVISÍVEL"
AVALIAÇÃO bom




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