São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2007

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Filme nacional tem êxito concentrado

Derivado da TV, "A Grande Família" arrebata 52% do público dos longas brasileiros estreados no primeiro semestre

Com mais de 6 milhões de espectadores, "Homem-Aranha 3" domina 14% do total de público dos títulos estrangeiros e é líder geral


Divulgação
Pedro Cardoso (ao fundo) e Paulo Betti em "A Grande Família", campeão nacional de público


DA REPORTAGEM LOCAL

O título "A Grande Família", de Maurício Farias, concentra 52% do público obtido pelos filmes brasileiros que estrearam no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados do Sindicato das Empresas Distribuidoras do Rio de Janeiro.
Adaptação para o cinema da série homônima da Globo, "A Grande Família" estreou em janeiro e obteve 2,031 milhões de espectadores. É o único título nacional entre os dez mais vistos no país neste ano.
O Sindicato dos Distribuidores do RJ relaciona 32 estréias nacionais no primeiro semestre de 2007, que somam 3,89 milhões de espectadores.
Quando se acrescenta à conta o público obtido no período por filmes lançados em 2006, como "Xuxa Gêmeas" e "O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili", a performance dos brasileiros sobe para 5 milhões.
É um resultado inferior ao de "Homem-Aranha 3" (6,1 milhões), líder geral da bilheteria, que tem 14% do total de pú- blico registrado pelos títulos estrangeiros (43 milhões de espectadores).
"Os números provam que os filmes brasileiros com apelo para o grande público foram raros, diferentemente do que ocorreu com os estrangeiros", afirma Jorge Peregrino, presidente do Sindicato das Distribuidoras do Rio de Janeiro.
Como vice-presidente sênior para América Latina e Caribe do estúdio Paramount Pictures, Peregrino comanda as operações dessa distribuidora no Brasil. A Paramount é responsável pelo lançamento do blockbuster "Shrek Terceiro".
Na planilha de público dos filmes nacionais no primeiro semestre divulgada pelo sindicato do Rio, a Paramount possui um único título, "Sonhos e Desejos", de Marcelo Santiago.
Lançado em novembro de 2006, ambientado na ditadura militar brasileira e estrelado por Mel Lisboa e Sérgio Marone, o longa de Santiago teve 214 espectadores em 2007.

"Caparaó"
Estão fora das estréias contabilizadas pelo Sindicato das Distribuidoras do RJ alguns filmes lançados por empresas "independentes", categoria das não-filiadas à entidade.
É o caso do documentário "Caparaó", de Flávio Frederico, que ficou cinco semanas em cartaz em São Paulo e totaliza 3.106 espectadores.
Reconstituição de um episódio de resistência à ditadura militar nos anos 60, "Caparaó" venceu o Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade, no ano passado.
"Apesar de estar longe dos meus sonhos para um documentário deste porte, não me parece ruim [o resultado de público]", afirma o diretor.
A partir de dados obtidos com a Ancine (Agência Nacional do Cinema), "Caparaó" foi citado com 338 espectadores em reportagem da Folha publicada no último dia 11.
Frederico diz que esse número corresponde apenas aos três primeiros dias do filme em cartaz e que a semana de estréia foi encerrada com 1.262 espectadores, evoluindo em seguida para o total de 3.106.
A Ancine afirma que os números consolidados do desempenho dos filmes brasileiros serão divulgados pela agência, por meio de relatórios periódicos. (SILVANA ARANTES)


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