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Filme nacional tem êxito concentrado
Derivado da TV, "A Grande Família" arrebata 52% do público dos longas brasileiros estreados no primeiro semestre
Com mais de 6 milhões de espectadores, "Homem-Aranha 3" domina 14% do total de público dos títulos estrangeiros e é líder geral
Divulgação
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Pedro Cardoso (ao fundo) e Paulo Betti em "A Grande Família", campeão nacional de público |
DA REPORTAGEM LOCAL
O título "A Grande Família",
de Maurício Farias, concentra
52% do público obtido pelos filmes brasileiros que estrearam
no primeiro semestre deste
ano, de acordo com dados do
Sindicato das Empresas Distribuidoras do Rio de Janeiro.
Adaptação para o cinema da
série homônima da Globo, "A
Grande Família" estreou em janeiro e obteve 2,031 milhões de
espectadores. É o único título
nacional entre os dez mais vistos no país neste ano.
O Sindicato dos Distribuidores do RJ relaciona 32 estréias
nacionais no primeiro semestre de 2007, que somam 3,89
milhões de espectadores.
Quando se acrescenta à conta o público obtido no período
por filmes lançados em 2006,
como "Xuxa Gêmeas" e "O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili", a
performance dos brasileiros
sobe para 5 milhões.
É um resultado inferior ao
de "Homem-Aranha 3" (6,1 milhões), líder geral da bilheteria,
que tem 14% do total de pú-
blico registrado pelos títulos
estrangeiros (43 milhões de
espectadores).
"Os números provam que os
filmes brasileiros com apelo
para o grande público foram raros, diferentemente do que
ocorreu com os estrangeiros",
afirma Jorge Peregrino, presidente do Sindicato das Distribuidoras do Rio de Janeiro.
Como vice-presidente sênior
para América Latina e Caribe
do estúdio Paramount Pictures, Peregrino comanda as operações dessa distribuidora no
Brasil. A Paramount é responsável pelo lançamento do
blockbuster "Shrek Terceiro".
Na planilha de público dos
filmes nacionais no primeiro
semestre divulgada pelo sindicato do Rio, a Paramount possui um único título, "Sonhos e
Desejos", de Marcelo Santiago.
Lançado em novembro de
2006, ambientado na ditadura
militar brasileira e estrelado
por Mel Lisboa e Sérgio Marone, o longa de Santiago teve 214
espectadores em 2007.
"Caparaó"
Estão fora das estréias contabilizadas pelo Sindicato das
Distribuidoras do RJ alguns filmes lançados por empresas
"independentes", categoria das
não-filiadas à entidade.
É o caso do documentário
"Caparaó", de Flávio Frederico,
que ficou cinco semanas em
cartaz em São Paulo e totaliza
3.106 espectadores.
Reconstituição de um episódio de resistência à ditadura
militar nos anos 60, "Caparaó"
venceu o Festival Internacional de Documentários É Tudo
Verdade, no ano passado.
"Apesar de estar longe dos
meus sonhos para um documentário deste porte, não me
parece ruim [o resultado de público]", afirma o diretor.
A partir de dados obtidos
com a Ancine (Agência Nacional do Cinema), "Caparaó" foi
citado com 338 espectadores
em reportagem da Folha publicada no último dia 11.
Frederico diz que esse número corresponde apenas aos
três primeiros dias do filme em
cartaz e que a semana de estréia foi encerrada com 1.262
espectadores, evoluindo em seguida para o total de 3.106.
A Ancine afirma que os números consolidados do desempenho dos filmes brasileiros
serão divulgados pela agência,
por meio de relatórios periódicos.
(SILVANA ARANTES)
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