ANA D'ANGELO
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM BARCELONA

A première mundial de "Melinda e Melinda", o último filme de Woody Allen, inaugura a 52ª edição do Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, que acontece entre os dias 17 e 25 de setembro. Allen estará presente para receber uma homenagem do Festival, que o reconheceu como figura fundamental do cinema moderno e programou uma retrospectiva de sua carreira.
O Festival mantém premiações distintas para filmes da seleção oficial, novos diretores, filmes latinos (Seleção Horizontes), filmes em fase de conclusão (Cine en Construcción) e premiação para o distribuidor espanhol de películas vindas de outros festivais.
O Brasil está presente em todas as seções, fora a oficial. "O Outro Lado da Rua", de Marcos Bernstein, roteirista de "Terra Estrangeira" e "Central do Brasil", concorre na Seleção Horizontes, com outros nove candidatos do México, do Equador, do Chile, da Bolívia e da Argentina. O prêmio nessa categoria é de 18 mil. O filme é a estréia de Bernstein na direção de longas.
O pernambucano Marcelo Gomes, que foi co-roteirista de "Madame Satã", também leva sua primeira experiência em longas para San Sebastián.
"Cinema, Aspirinas e Urubus" concorre na seção "Cine em Construcción", com Ruy Guerra, que também quer levantar recursos para finalizar seu "O Veneno da Madrugada".
"Diários de Motocicleta", de Walter Salles, integra a mostra de outros festivais "Zabaltegi Perlas de Otros Festivales" que, neste ano, está incluindo documentários pela primeira vez: "Darwin's Nightmare", produção austríaca de denúncia ambiental, "Moolaadé", filme africano sobre a prática da mutilação genital feminina que ganhou menção em Cannes e "Salvador Allende", de Patricio Guzmán, filme-homenagem a Allende, que também foi destacado em Cannes.
A competição oficial tem 13 filmes selecionados, sendo quatro co-produções hispano-americanas: "Horas de Luz", de Manolo Matji, "Bombón-El Perro", de Carlos Sórin, "Roma", de Adolfo Aristarain, e "Sumas y Restas", de Víctor Gaviria.

Fidel Castro
O festival também verá a estréia mundial do documentário "Looking for Fidel", de Oliver Stone, no próximo dia 18. Esta é a segunda vez que o diretor aborda Castro -a primeira foi em "Comandante" (2003). O filme gira em torno de entrevistas com Castro, em que Stone não pôde abordar temas controversos, como a execução de jovens que tentaram fugir de Cuba. O diretor resolveu, então, voltar à região para "obter respostas e aprofundar a realidade política da ilha".