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CRÍTICA RESTAURANTE
Trattoria aposta em tom informal
Recém-inaugurado, Pecorino tem sugestões de massas e antepastos italianos a bons preços
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
O Pecorino tem pinta de
bar mais do que de restaurante. Mas a humildade de
propósito pode ter um ponto
a favor: ficar do tamanho que
se consegue ter costuma ser
melhor do que dar saltos maiores do que a perna.
A casa se apresenta como bar e trattoria (termo que já pouco quer dizer, uma vez
que usado indistintamente -mas que aqui se propõe a designar um restaurante italiano).
Como bar, cumpre com facilidade seu objetivo -tem
um ambiente informal, mesas quase na calçada que já
viraram um ponto de encontro agitado (nada mal para
quem abriu há 15 dias), certa
variedade de bebidas e um rol de antepastos italianos.
Tocar um bar não é novidade para os proprietários,
os irmãos Zito Silveira, 38
(que foi dono dos bares Coronel Mostarda e Almirante
Sardinha), e Ricardo Fleury,
32 (sócio do Dorothy Parker e do Rádio Café).
Como restaurante, o Pecorino começa sem grandes
voos. Seu ambiente é convidativo. A decoração do tipo
italiano rústico, com paredes
de tijolo aparente, chão e teto
de madeira e área ao ar livre
nos fundos, lembra velhas osterias italianas.
A cozinha é chefiada por
André Galante, 32, que está
desde o início do projeto. Formado pela Anhembi Morumbi, ele passou por casas como
Charlô, La Brasserie Erick
Jacquin, Dalva e Dito e Neka Gastronomia.
Quanto ao cardápio, o restaurante é econômico. São
cinco saladas e 13 pratos
quentes, aos quais se chega
depois de uma seção de antepastos (que ficam prontos,
na vitrine), frios, queijos e porções bem típicas.
Esse começo tem boas sugestões, como lulas marinadas em limão-siciliano, azeite, cebola e salsa (macias, carecendo apenas de um realce
de sal), tenras cebolas ao vinho tinto, mozarela de búfala de boa qualidade.
Tem também o supplì al telefono, bolinho alongado
(aqui um tanto úmido) feito
com arroz e recheado com
mozarela (o tempero é bom,
embora a mozarela não venha tão derretida que pareça um fio de telefone, como diz o nome).
Dos poucos pratos, a predominância é das massas (há
um risoto, um peixe, uma ave e uma carne).
Os espaguetes com camarões, alho, óleo e pimenta
vermelha são bem cozidos,
os camarões têm ponto, o
alho é delicado e falta apenas
mais presença da pimenta
(quem pede pimenta espera senti-la, afinal).
Já no penne ao limão e presunto cru o conjunto é um
tanto grosseiro, sabores fortes de limão e alho, fatias
enormes de presunto apenas
pousadas sobre o prato, falta
um toque de mão que permita melhor balanço dos ingredientes.
O filé à milanesa é correto,
a crosta ainda deixando o
gosto da farinha, acompanhado de risoto de limão.
Também estão no cardápio o
capelete ao molho de tomates -única massa recheada-, fusilli com molho de calabresa e galeto com polenta
mole, entre outros.
Das sobremesas feitas na
casa, estão o tiramisù, meio
desmilinguido sobre sua base muito fina e encharcada, e
a pastiera di grano.
josimar@basilico.com.br
PECORINO
ENDEREÇO al. Joaquim Eugênio de Lima, 1.706, Jardins, tel. 0/xx/11/ 2339-2887
FUNCIONAMENTO seg. a sex., das 12h às 15h e das 19h à 0h; sáb., das 12h à 0h; dom., das 12h às
17h
AMBIENTE mesas no terraço, decoração rústica de velha casa italiana
SERVIÇO atarefado, mas funciona
VINHOS pequena oferta, garrafas bem acondicionadas
CARTÕES D, M e V
ESTACIONAMENTO com manobrista (à noite), R$ 12
PREÇOS entradas, de R$ 9 a R$ 23; pratos principais, de R$ 26 a R$ 34; sobremesas, de R$ 4 a R$ 10
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