São Paulo, quinta-feira, 26 de agosto de 2010

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CRÍTICA RESTAURANTE

Trattoria aposta em tom informal

Recém-inaugurado, Pecorino tem sugestões de massas e antepastos italianos a bons preços

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

O Pecorino tem pinta de bar mais do que de restaurante. Mas a humildade de propósito pode ter um ponto a favor: ficar do tamanho que se consegue ter costuma ser melhor do que dar saltos maiores do que a perna.
A casa se apresenta como bar e trattoria (termo que já pouco quer dizer, uma vez que usado indistintamente -mas que aqui se propõe a designar um restaurante italiano).
Como bar, cumpre com facilidade seu objetivo -tem um ambiente informal, mesas quase na calçada que já viraram um ponto de encontro agitado (nada mal para quem abriu há 15 dias), certa variedade de bebidas e um rol de antepastos italianos.
Tocar um bar não é novidade para os proprietários, os irmãos Zito Silveira, 38 (que foi dono dos bares Coronel Mostarda e Almirante Sardinha), e Ricardo Fleury, 32 (sócio do Dorothy Parker e do Rádio Café).
Como restaurante, o Pecorino começa sem grandes voos. Seu ambiente é convidativo. A decoração do tipo italiano rústico, com paredes de tijolo aparente, chão e teto de madeira e área ao ar livre nos fundos, lembra velhas osterias italianas.
A cozinha é chefiada por André Galante, 32, que está desde o início do projeto. Formado pela Anhembi Morumbi, ele passou por casas como Charlô, La Brasserie Erick Jacquin, Dalva e Dito e Neka Gastronomia.
Quanto ao cardápio, o restaurante é econômico. São cinco saladas e 13 pratos quentes, aos quais se chega depois de uma seção de antepastos (que ficam prontos, na vitrine), frios, queijos e porções bem típicas.
Esse começo tem boas sugestões, como lulas marinadas em limão-siciliano, azeite, cebola e salsa (macias, carecendo apenas de um realce de sal), tenras cebolas ao vinho tinto, mozarela de búfala de boa qualidade. Tem também o supplì al telefono, bolinho alongado (aqui um tanto úmido) feito com arroz e recheado com mozarela (o tempero é bom, embora a mozarela não venha tão derretida que pareça um fio de telefone, como diz o nome).
Dos poucos pratos, a predominância é das massas (há um risoto, um peixe, uma ave e uma carne).
Os espaguetes com camarões, alho, óleo e pimenta vermelha são bem cozidos, os camarões têm ponto, o alho é delicado e falta apenas mais presença da pimenta (quem pede pimenta espera senti-la, afinal).
Já no penne ao limão e presunto cru o conjunto é um tanto grosseiro, sabores fortes de limão e alho, fatias enormes de presunto apenas pousadas sobre o prato, falta um toque de mão que permita melhor balanço dos ingredientes.
O filé à milanesa é correto, a crosta ainda deixando o gosto da farinha, acompanhado de risoto de limão.
Também estão no cardápio o capelete ao molho de tomates -única massa recheada-, fusilli com molho de calabresa e galeto com polenta mole, entre outros. Das sobremesas feitas na casa, estão o tiramisù, meio desmilinguido sobre sua base muito fina e encharcada, e a pastiera di grano.
josimar@basilico.com.br


PECORINO
ENDEREÇO al. Joaquim Eugênio de Lima, 1.706, Jardins, tel. 0/xx/11/ 2339-2887
FUNCIONAMENTO seg. a sex., das 12h às 15h e das 19h à 0h; sáb., das 12h à 0h; dom., das 12h às 17h
AMBIENTE mesas no terraço, decoração rústica de velha casa italiana
SERVIÇO atarefado, mas funciona
VINHOS pequena oferta, garrafas bem acondicionadas
CARTÕES D, M e V
ESTACIONAMENTO com manobrista (à noite), R$ 12
PREÇOS entradas, de R$ 9 a R$ 23; pratos principais, de R$ 26 a R$ 34; sobremesas, de R$ 4 a R$ 10




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