São Paulo, sexta-feira, 26 de agosto de 2011

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CRÍTICA DRAMA

Sentimentalismo de Lelouch provoca enjoo no espectador

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

Ao longo de uma carreira que neste ano completa 50 anos, o francês Claude Lelouch se estabeleceu como um romântico. Ele é mais dedicado a conquistar pela emoção que a exigir do público esforço intelectual, como preferiram os criadores da nouvelle vague, seus contemporâneos.
"Esses Amores", 40º longa do diretor, busca reavivar os principais momentos desse trajeto de mão única. A rememoração começa nos primeiros anos do século 20 e do cinema, com o encontro entre uma bela mulher e um jovem que registra cenas da vida parisiense com o aparelho inventado pelos irmãos Lumière.
O filme tenta reconstituir o turbulento século 20 segundo a concepção lelouchiana da história, na qual pouco importa o que leva os homens a se destruírem, desde que os corações se encontrem.
A bela Ilva (Audrey Dana) funciona como epicentro desses amores. Ela é fruto da paixão e protagonista de emoções que nem a guerra, as ideologias e as perseguições podem aniquilar.
Já em torno de Simon, um jovem judeu, Lelouch entrega-se a um de seus mais delirantes arroubos sentimentais, encenando uma sequência musical num campo de concentração que não soaria estranha se estivesse num falso documentário nazista.
Sempre fiel aos ideais românticos, Lelouch conclui o filme com um clipe que reúne cenas de seus filmes. Como um perfume, a nostalgia que exala pode até embriagar, mas a exposição demorada a ela provoca enjoos.

ESSES AMORES
DIREÇÃO Claude Lelouch
PRODUÇÃO França/2010
COM Audrey Dana, Dominique Pinon, Laurent Couson
ONDE nos cines Sabesp, Espaço Unibanco e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO regular


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