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POLÍTICA CULTURAL
Em SP, secretário Celso Frateschi nomeia Kil Abreu para setor estratégico que ele mesmo comandava
Pesquisador assume Departamento de Teatro
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O pesquisador Kil Abreu, 34, foi
nomeado anteontem diretor do
Departamento Municipal de Teatro em São Paulo.
Desde o início do ano, o dramaturgo Reinaldo Maia fazia as vezes
de consultor de teatro, mas não
chegou a ocupar o cargo, antes
exercido pelo próprio secretario
da Cultura, Celso Frateschi, que
substituiu Marco Aurélio Garcia
-hoje assessor do governo Lula
para assuntos internacionais-
na pasta.
O Departamento de Teatro é estratégico na ação da secretaria,
principalmente sob o comando
de Frateschi, também ator, diretor e um dos idealizadores do
Ágora - Centro para Desenvolvimento Teatral, na Bela Vista.
É responsabilidade do departamento, por exemplo, gerir o Programa Municipal de Fomento ao
Teatro, que destina cerca de R$ 6
milhões por ano a grupos voltados para a pesquisa cênica continuada.
É ele também que define a política de ocupação dos teatros distritais: Cacilda Becker (Lapa), Alfredo Mesquita (Santana), Artur
Azevedo (Moóca), Martins Pena
(Penha), Flávio Império (Cangaíba), Paulo Eiró (Santo Amaro) e
João Caetano (Vila Mariana).
"A rede distrital é programada
em articulação administrativa
com as subprefeituras de cada região. Quanto aos CEUs [Centros
Educacionais Unificados], a programação é decidida em fórum
maior, colegiado, com a participação das várias instâncias de gestão, inclusive porque os teatros
abrigam, além de espetáculos, outras atividades, como música,
dança e cinema", diz Abreu.
Ele afirma que "ainda está na fase do diagnóstico" em sua chegada, mas aponta algumas diretrizes. "Há princípios importantes,
como o da permanente busca da
qualidade nas ações culturais e
ainda o movimento de descentralização dessas ações em direção a
parcelas desassistidas da população. É a idéia de fazer da cultura
um canal de inclusão social sem
precisar perder de vista que essa
inclusão tem uma dinâmica própria. E que é, tomando o exemplo
da formação, diferente da educação formal, "strictu sensu", ou da
assistência social, que têm suas especificidades."
Abreu desligou-se formalmente
da Escola Livre de Teatro de Santo
André, que coordenava desde
1999 (o dramaturgo Antônio Rogério Toscano o substitui). Trata-se de espaço idealizado no início
dos anos 90 pela diretora Maria
Thaís (da peça "A Besta na Lua") e
por Frateschi, que o convidou
agora para o cargo de confiança
na secretaria.
Em março de 2001, quando assumiu o Departamento de Teatro,
Frateschi anunciou que priorizaria a formação tanto de público
quanto de artistas. Abreu pretende dar continuidade a programas
como o de Formação de Público,
o Teatro Vocacional e o Centro de
Referência do Teatro para a Infância e Juventude (na biblioteca
de Vila Formosa).
Paraense de Belém, Abreu está
envolvido com artes cênicas há 15
anos. Mora em São Paulo há oito.
Fez parte da fase de formação da
Companhia do Latão, na qual
adaptou e dirigiu "Ensaio para
Danton" (94), ao lado de Sérgio
de Carvalho. Já colaborou na Folha como crítico de teatro. No
momento, dedica-se aos estudos
para o doutorado e integra o júri
do Prêmio Shell em São Paulo.
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