UOL


São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POLÍTICA CULTURAL

Em SP, secretário Celso Frateschi nomeia Kil Abreu para setor estratégico que ele mesmo comandava

Pesquisador assume Departamento de Teatro

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O pesquisador Kil Abreu, 34, foi nomeado anteontem diretor do Departamento Municipal de Teatro em São Paulo.
Desde o início do ano, o dramaturgo Reinaldo Maia fazia as vezes de consultor de teatro, mas não chegou a ocupar o cargo, antes exercido pelo próprio secretario da Cultura, Celso Frateschi, que substituiu Marco Aurélio Garcia -hoje assessor do governo Lula para assuntos internacionais- na pasta.
O Departamento de Teatro é estratégico na ação da secretaria, principalmente sob o comando de Frateschi, também ator, diretor e um dos idealizadores do Ágora - Centro para Desenvolvimento Teatral, na Bela Vista.
É responsabilidade do departamento, por exemplo, gerir o Programa Municipal de Fomento ao Teatro, que destina cerca de R$ 6 milhões por ano a grupos voltados para a pesquisa cênica continuada.
É ele também que define a política de ocupação dos teatros distritais: Cacilda Becker (Lapa), Alfredo Mesquita (Santana), Artur Azevedo (Moóca), Martins Pena (Penha), Flávio Império (Cangaíba), Paulo Eiró (Santo Amaro) e João Caetano (Vila Mariana).
"A rede distrital é programada em articulação administrativa com as subprefeituras de cada região. Quanto aos CEUs [Centros Educacionais Unificados], a programação é decidida em fórum maior, colegiado, com a participação das várias instâncias de gestão, inclusive porque os teatros abrigam, além de espetáculos, outras atividades, como música, dança e cinema", diz Abreu.
Ele afirma que "ainda está na fase do diagnóstico" em sua chegada, mas aponta algumas diretrizes. "Há princípios importantes, como o da permanente busca da qualidade nas ações culturais e ainda o movimento de descentralização dessas ações em direção a parcelas desassistidas da população. É a idéia de fazer da cultura um canal de inclusão social sem precisar perder de vista que essa inclusão tem uma dinâmica própria. E que é, tomando o exemplo da formação, diferente da educação formal, "strictu sensu", ou da assistência social, que têm suas especificidades."
Abreu desligou-se formalmente da Escola Livre de Teatro de Santo André, que coordenava desde 1999 (o dramaturgo Antônio Rogério Toscano o substitui). Trata-se de espaço idealizado no início dos anos 90 pela diretora Maria Thaís (da peça "A Besta na Lua") e por Frateschi, que o convidou agora para o cargo de confiança na secretaria.
Em março de 2001, quando assumiu o Departamento de Teatro, Frateschi anunciou que priorizaria a formação tanto de público quanto de artistas. Abreu pretende dar continuidade a programas como o de Formação de Público, o Teatro Vocacional e o Centro de Referência do Teatro para a Infância e Juventude (na biblioteca de Vila Formosa).
Paraense de Belém, Abreu está envolvido com artes cênicas há 15 anos. Mora em São Paulo há oito. Fez parte da fase de formação da Companhia do Latão, na qual adaptou e dirigiu "Ensaio para Danton" (94), ao lado de Sérgio de Carvalho. Já colaborou na Folha como crítico de teatro. No momento, dedica-se aos estudos para o doutorado e integra o júri do Prêmio Shell em São Paulo.


Texto Anterior: Evan Dando sai em busca do tempo perdido
Próximo Texto: Erika Palomino
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.