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Escritora lançou sua primeira obra aos 19 anos
da enviada e Quixadá
Rachel de Queiroz nasceu no
Ceará, em 17 de novembro de 1910,
primogênita do casal Daniel e Clotilde de Queiroz.
Ele, promotor público, abandonou a carreira para se tornar professor de geografia, porque, segundo Rachel, "quando tinha que acusar uma pessoa, passava uma semana sem comer, sem dormir,
completamente neurótico, apavorado de cometer uma injustiça".
A mãe, leitora voraz, apresentou
a Rachel os clássicos da literatura
francesa e portuguesa, mas a menina só passou a frequentar a escola aos oito anos, quando a avó, religiosa, descobriu que fazia o sinal-da-cruz com a mão esquerda. Não
fez, porém, nenhum curso superior.
Aos 19 anos, à luz do lampião, escreve sua primeira novela, "O
Quinze", publicada em agosto de
1930 em edição bancada pela família. Não recebe críticas satisfatórias
no Ceará, mas envia o livro ao Rio,
onde é reconhecido por Graça
Aranha e pelo poeta Augusto Frederico Schmidt.
O livro é considerado um marco
na literatura de então, porque é o
primeiro a tratar o sertão como
protagonista, abrindo espaço para
os romances regionalistas que viriam depois. Rachel acaba ganhando, com "O Quinze", o prêmio de
literatura da Fundação Graça Aranha.
Seu livro seguinte, "João Miguel", é submetido e rejeitado pelos comunistas em 32 por mostrar
um operário matando um colega.
Rachel não aceita e abandona o
partido. É quando vai a São Paulo e
se une aos trotskistas.
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Casamento
No mesmo ano se casaria com o
poeta José Auto, com quem teria
uma filha, Clotilde, morta por meningite com um ano e meio de idade. Atingida fortemente pela perda
da filha, separa-se de José Auto aos
sete anos de casada.
Apresentada por seu primo, o escritor Pedro Nava, conhece e vai
morar com o médico Oyama de
Macedo, seu companheiro por
mais de 40 anos. Não tiveram filhos, mas Rachel se considera "avó
torta" dos filhos de sua irmã caçula, Maria Luíza.
Em 64, apóia os militares que
destituem João Goulart. Torna-se
membro do Conselho Federal de
Educação, mas recusa os convites
para se tornar ministra, embora tenha chegado a entrar para o diretório da Arena, partido governista
do período militar.
Foi representante do Brasil na
ONU em 66, e em agosto de 77 se
tornou a primeira mulher a ser
eleita para a Academia Brasileira
de Letras.
Rachel de Queiroz, tradutora de
várias obras e colaboradora de jornais e revistas, também é autora de
"Dôra, Doralina" e de "Memorial
de Maria Moura", seu último romance, publicado em 92 e transformado pela Rede Globo na minissérie de TV cuja versão ela abomina.
(CM)
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Livro: Tantos Anos
Autor: Rachel de Queiroz
Lançamento: Siciliano
Quanto: não definido
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