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Bairro vive ressurgimento do samba
DA SUCURSAL DO RIO
Em meados dos anos 90, a Lapa
fazia jus ao nome da sua igreja: era
a Lapa do Desterro. Becos sujos,
sobrados caindo, travestis e prostitutas circulando por ruas vazias.
O Circo Voador, já distante do
apogeu dos anos 80, fechou em
96, por decisão da Prefeitura.
Lentamente, a paisagem mudou. E de baixo para cima. Grupos começaram a criar fatos culturais no bairro. Embaixo dos famosos Arcos da Lapa, sambistas
como Marquinhos de Oswaldo
Cruz, Renatinho Partideiro e Ivan
Milanez criaram um pagode que
seria a semente do renascimento
musical da região.
E semente é uma palavra literal,
já que assim se chamava -e se
chama, pois foi reaberto neste
ano- um dos primeiros sobrados transformados em casas de
samba. Desde o final dos anos 90
surgiram Carioca da Gema, Sacrilégio, Dama da Noite, Centro Cultural Carioca (na pça. Tiradentes,
vizinha da Lapa) e outras casas
voltadas para samba e choro.
Mas a diversão, que era barata
no início, foi encarecendo. Hoje a
entrada em uma dessas casas não
custa menos do que R$ 12. De graça, só ficando em pé na rua Joaquim Silva, onde às sextas acontece uma festa ao ar livre.
Esse movimento fez nascer uma
geração de músicos e cantores associados à Lapa, como Teresa
Cristina, Nilze Carvalho, Pedro
Miranda e Pedro Paulo Malta. Todas as gerações e classes se encontram no Nova Capela, restaurante
dos tempos de Luís Martins.
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