São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2004

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Bairro vive ressurgimento do samba

DA SUCURSAL DO RIO

Em meados dos anos 90, a Lapa fazia jus ao nome da sua igreja: era a Lapa do Desterro. Becos sujos, sobrados caindo, travestis e prostitutas circulando por ruas vazias. O Circo Voador, já distante do apogeu dos anos 80, fechou em 96, por decisão da Prefeitura.
Lentamente, a paisagem mudou. E de baixo para cima. Grupos começaram a criar fatos culturais no bairro. Embaixo dos famosos Arcos da Lapa, sambistas como Marquinhos de Oswaldo Cruz, Renatinho Partideiro e Ivan Milanez criaram um pagode que seria a semente do renascimento musical da região.
E semente é uma palavra literal, já que assim se chamava -e se chama, pois foi reaberto neste ano- um dos primeiros sobrados transformados em casas de samba. Desde o final dos anos 90 surgiram Carioca da Gema, Sacrilégio, Dama da Noite, Centro Cultural Carioca (na pça. Tiradentes, vizinha da Lapa) e outras casas voltadas para samba e choro.
Mas a diversão, que era barata no início, foi encarecendo. Hoje a entrada em uma dessas casas não custa menos do que R$ 12. De graça, só ficando em pé na rua Joaquim Silva, onde às sextas acontece uma festa ao ar livre.
Esse movimento fez nascer uma geração de músicos e cantores associados à Lapa, como Teresa Cristina, Nilze Carvalho, Pedro Miranda e Pedro Paulo Malta. Todas as gerações e classes se encontram no Nova Capela, restaurante dos tempos de Luís Martins.


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