São Paulo, quinta-feira, 26 de outubro de 2006

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Crítica

Buster Keaton mostra integração cênica em filme

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Em "Marinheiro de Encomenda" (Telecine Cult, 20h30), Buster Keaton faz o filme razoavelmente delicado de um comandante de navio brucutu que o acaso leva a servir na tripulação paterna.
Ele, todo mirrado e tão despreparado quanto convém a um comediante nessas situações, será a vergonha do pai, evidentemente. Mas não se rebelará. Buster nunca foi um rebelde. Ele tenta com suas forças cumprir o papel social que lhe é dado.
O mundo, as condições, a natureza -não há quem se volte contra ele. Mas esse estóico estará disposto a enfrentar tudo isso. Para quem conhece o filme (e também para quem ainda não conhece), o momento prodigioso é o da tempestade.
Mais do que isso, no entanto, existe o combate cinematográfico de Buster.
Ele é o inverso de Charles Chaplin, centro do espaço. Buster integra-se ao espaço, joga com ele, inscreve seu humor nesse espaço e encontra aí o seu encanto.


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