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Crítica
Buster Keaton mostra integração cênica em filme
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Em "Marinheiro de Encomenda" (Telecine Cult,
20h30), Buster Keaton faz o filme razoavelmente delicado de
um comandante de navio brucutu que o acaso leva a servir na
tripulação paterna.
Ele, todo mirrado e tão despreparado quanto convém a
um comediante nessas situações, será a vergonha do pai,
evidentemente. Mas não se rebelará. Buster nunca foi um rebelde. Ele tenta com suas forças
cumprir o papel social que lhe é
dado.
O mundo, as condições, a natureza -não há quem se volte
contra ele. Mas esse estóico estará disposto a enfrentar tudo
isso. Para quem conhece o filme (e também para quem ainda
não conhece), o momento prodigioso é o da tempestade.
Mais do que isso, no entanto,
existe o combate cinematográfico de Buster.
Ele é o inverso de Charles
Chaplin, centro do espaço. Buster integra-se ao espaço, joga
com ele, inscreve seu humor
nesse espaço e encontra aí o seu
encanto.
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