São Paulo, Sexta-feira, 26 de Novembro de 1999


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ELA DIZ
Mulher superior, do bem

CYNARA MENEZES
especial para a Folha

Duas coisas torturavam minha mente desde a infância. Seria invenção da minha cabeça ou realmente existiram: a) um pozinho que virava bichinho em contato com a água; b) um "Caso Especial" (da Globo, lembram?) em que Tarcísio Meira tinha de mergulhar à procura de pérolas para salvar uma menina picada por um escorpião?
A segunda questão continuará sendo um fantasma, mas, graças ao "Almanaque para Garotas Calientes", tirei um peso das costas. Sim, aquele pozinho existiu, e se chamava "Kikos Marinhos"!
A Jô Hallack, uma das autoras do almanaque, diz, na auto-entrevista do final do livro, que também lembra do tal bicho -a não ser que tenha sido uma alucinação coletiva.
Pois então, um dos fortes do livro das meninas é justamente o número de informações altamente úteis que contém. Por exemplo: você sabia que não é só seu cabelo que amanhece algumas vezes totalmente sem jeito? Ou que acabaram de descobrir que refrigerante não causa celulite e até estimula a inteligência?
(Essa última é mentirinha científica só para enganar a si própria na hora de se entupir da açucarada beberagem, mas quem liga? E o efeito placebo, hein?)
Além de informação, o livro também é cheio de (hilário) descaramento feminino à moda masculina. Elas se atrevem a contar todos os segredos que nós, mulheres -como os homens-, contamos, às gargalhadas, na mesa do bar. Quem se perguntava "de que falam as mulheres quando estão sozinhas?" saberá a resposta, embora vá doer um pouquinho.
Tcharã: um tabu, para começar. Qual a verdadeira importância do tamanho do órgão masculino? (Sorry, garotos, mas as mulheres falam disso, sim.) Pequeno, grande, isso importa? Chorai, desafortunados: segundo Jô, Nina, Raq e algumas mais (ou más?), e ao contrário do que teimam em declarar psicólogos a revistas masculinas, importa, e muito.
No país do tchan, também escancaram essa atração dos homens pelo derrière na hora da transa, assunto constrangedor que elas encaram... de frente. Não é preciso ser uma "mulher superior" para fazer isso?
Para quem quiser ser uma delas, está lá a receita: chorar, mas com trilha sonora e queixo erguido; tratar os ex com respeito; chutar o balde com fina elegância. E o melhor de tudo nestes tempos que estão mais para Capitão Gancho do que para Sininho: ser superior também é ser "do bem", o que faz do livro um libelo contra o maucaratismo de ambos os sexos, tão em voga nos anos 90.


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