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Autor é pioneiro da literatura pop nacional
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Nascido em São Paulo em
1937, José Agrippino de Paula cursou arquitetura na USP
e na Faculdade Nacional de
Arquitetura, no Rio de Janeiro, e iniciou sua formação
como diretor teatral com
Gianni Ratto. Dirigiu um
único longa-metragem, em
1968, chamado "Hitler, Terceiro Mundo", no qual atuaram Ruth Escobar, Eugênio
Kusnet e Jô Soares.
Agrippino é autor de dois
romances, "Lugar Público"
(1965) e "PanAmérica" (67),
considerado o primeiro romance pop brasileiro.
Escreveu a peça "Nações
Unidas" (inédita), que teve
algumas cenas montadas
com o título "Rito do Amor
Selvagem". Montou com a
então mulher, Maria Esther
Stockler, o grupo teatral
"Sonda", que encenou inovadores espetáculos de teatro-dança, como "Tarzan,
Terceiro Mundo" (1969).
No início dos anos 70, o casal foi para a África e viveu
em pequenas comunidades
pesquisando rituais religiosos e filmando em Super-8.
Datam de 1974 os filmes
"Mãe de Santo Djatassi",
"Fetichismo do Sul do Dahomey" e "Timbuctu e
Moptil", todos feitos lá.
Em 1978, vivendo na Bahia
com Maria Esther, filmou
"Céu sobre Água", com takes impressionistas das
águas de Arembepe, mostrando uma mulher grávida,
uma criança e a natureza.
Dois anos depois foi diagnosticado esquizofrênico e
se isolou na casa no Embu.
"Conheci o José Agrippino
nos anos 60, ele frequentava
a casa dos meus pais. Eu era
bastante próxima da Maria
Esther, que dançava lindamente. Depois eles foram
para a África e eu passei a encontrá-la esporadicamente.
No começo dos anos 80 vi o
Zé Agrippino vagando pela
av. Angélica mas não soube
mais nada dele. Até ficar sabendo, acho que pelos jornais, que ele estava em Embu, em casa de sua família",
diz Miriam Chnaiderman.
(JM)
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