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Peça está prevista para fevereiro
DA REPORTAGEM LOCAL
Ainda não é certo, mas a montagem francesa de "4.48 Psychose" deve ter turnê no Brasil. O teatro Sesc Anchieta, de São Paulo,
está reservado entre os dias 23 e
27 de fevereiro para receber cinco
apresentações do espetáculo estrelado por Isabelle Huppert e dirigido por Claude Régy.
A vinda da trupe ainda depende
de captação de recursos junto à
iniciativa privada, via leis de incentivo. A decisão, se o grupo
francês vem ou não, deve sair até
o dia 10 de janeiro.
A Folha apurou que o cachê de
"4.48 Psychose" por apresentação
é de 16 mil euros (cerca de R$ 58
mil), descontados os custos com
direitos autorais, transporte, hospedagem etc. A equipe inclui 11
pessoas. O projeto de montar o
espetáculo aqui incluiria tradução
simultânea da peça, falada em
francês, e um encontro de Régy
com atores e diretores brasileiros.
A iniciativa de trazer a montagem partiu do produtor gaúcho
Luciano Alabarse, ex-coordenador do Porto Alegre em Cena.
Estão confirmados apoios do
Serviço Social do Comércio (Sesc
São Paulo) e do Consulado Geral
da França em São Paulo, respaldado pela Associação Francesa
para a Ação Artística (Afaa).
Na semana passada, um enviado da companhia de Claude Régy,
a Les Ateliers Contemporains,
passou quatro dias em São Paulo
para fazer uma vistoria técnica no
teatro Sesc Anchieta.
O diretor técnico francês Sallahdyn Khatir, 37, de ascendência
africana, trabalha com Régy há
uma década, tendo conquistado a
confiança deste para esquadrinhar os palcos em que apresenta
suas montagens.
É incomum Régy viajar com um
espetáculo. Nos últimos dez anos,
por exemplo, diz Khatir, seria a
primeira vez que o diretor faria
uma turnê internacional. Normalmente, as produções encerram carreira quando saem de cartaz em teatros de Paris ou de outra
cidades francesas.
Segundo o diretor técnico, são
necessárias adaptações para encenar "4.48 Psychose" no Anchieta,
palco dos mais elogiados entre os
cenotécnicos do país.
Não há a configuração semi-arena ou o pé-direito alto do Les
Bouffes du Nord, onde o espetáculo estreou originalmente no início de novembro -sede da companhia do diretor inglês Peter
Brook, de quem São Paulo e Rio
viram este ano um "Hamlet".
"A encenação exige bastante
precisão na projeção de vídeo, no
som, na marcação de luz. Tudo
tem que se casar perfeitamente
para apoiar a interpretação de Isabelle Huppert", diz Khatir.
Huppert passa cerca de duas
horas praticamente imóvel. Sua
personagem é calcada na voz e na
expressão facial. O ator Gérard
Watkins contracena ao fundo,
atrás de uma tela transparente na
qual são projetadas imagens.
Khatir vistoria teatros para
"4.48 Psychose" desde março de
2001. No momento, a montagem
cumpre turnê pela França. Antes
da provável vinda ao Brasil, a
montagem deve seguir para Bélgica e Portugal.
(VALMIR SANTOS)
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