|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mostra sobre dinossauros e outros animais pré-históricos ocupa a Oca a partir de janeiro
O elo perdido
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Dinossauros são tema recorrente da indústria do entretenimento: filmes, desenhos animados, séries de TV. No final do próximo
mês, em São Paulo, eles se tornam
tema do que promete ser a mostra
"blockbuster" de 2006: "Dinos na
Oca, e Outros Animais Pré-Históricos". A exposição espera receber
mais de 1 milhão de visitantes, segundo os organizadores, GabineteCultura e Grey Social Link, que
estimam o custo da mostra em R$
7 milhões.
Apesar do apelo popular, o
evento possui um forte caráter
científico. Com 400 peças, a exposição traz pela primeira vez ao
país o acervo de Paul C. Sereno,
professor de paleontologia da
Universidade de Chicago e diretor
da Fundação Project Exploration,
considerado o "Indiana Jones dos
dinossauros" nas palavras do curador da mostra em SP, Luiz
Eduardo Anelli. Além das peças
de Sereno, a seleção reúne coleções do Brasil e da Argentina.
"É a maior reunião de acervo
sobre dinossauros que já houve
no Brasil, além de a mostra apresentar peças nunca vistas por aqui
e poder revelar ao público comum descobertas recentes sobre
o país", conta Anelli.
Do acervo de Sereno, que vem
pessoalmente à cidade em fevereiro, serão montados na Oca dois
módulos: "Gigantes Africanos" e
"Origens". "Os gigantes africanos
foram escavados e encontrados
pela própria equipe de Sereno no
deserto do Saara, que, ao contrário do que se imagina, já foi um
bosque verdejante no período
Cretáceo", conta o curador.
Nesse módulo estão algumas
das maiores ossadas já encontradas -o que se verá aqui são réplicas, mas "isso é o que se vê em
qualquer lugar, mesmo no Museu
de História Natural de Londres",
afirma Anelli. Entre os destaques,
está o Afrovenator abakensis, esqueleto mais completo de dino
predador já encontrado na África.
Carnívoro, seu "corpo" tem nove
metros de comprimento.
Outros dinossauros que devem
causar sensação são a Jobaria tiguidensis, esqueleto encontrado
na Nigéria que chega a 23 metros
de comprimento, e o crânio do
Carcharodontosaurus saharicus,
esse do Marrocos, com 15 metros.
No total, a exposição trará cinco
dinos de grandes proporções.
No Brasil também foram encontrados dinossauros gigantes
do período Cretáceo, como os
saurópodes, mas, segundo o curador, "não temos dinheiro para reconstituí-los e nunca foram achados ossos suficientes para tanto".
Num gráfico do tempo, esses dinossauros enormes estão mais
próximos da atualidade, o que
mesmo assim representa cerca de
100 milhões de anos -um período gigante, se lembrarmos que o
homem surgiu há apenas 100 mil
anos. De qualquer forma, antes
dos gigantes, e aí entra a segunda
parte da coleção de Sereno na exposição, estão os dinossauros do
Triássico, no módulo "Origens".
Nesse setor estão as réplicas e
originais dos primeiros dinossauros do período Triássico, como o
Herrerasaurus, encontrado na
Argentina, em 1988, que estará na
mostra com o crânio original e é
uma das preciosidades a serem
vistas. "Ele traz à luz a origem dos
animais, que surgiram bípedes e
carnívoros", conta Anelli.
Do Brasil, há 12 dinossauros conhecidos, mas incompletos. Com
isso, o destaque fica por conta dos
crocodilos, que em tamanho rivalizam com os dinos. Serão vistos
ainda pterossauros, fósseis de
peixes e mamíferos, entre outros.
Idealizador da mostra, o produtor Emilio Kalil, do GabineteCultura, iria trazer dinossauros da
China, onde há a maior reunião
de ossadas, mas, ao conhecer Sereno, mudou de idéia. "Ele é o
grande especialista dos dinossauros, a vinda dele ao Brasil é como
a visita do papa." Certamente, a
mostra irá levar muitos peregrinos à Oca.
Dinos na Oca, e Outros Animais Pré-Históricos
Quando: abertura dia 28/1 (a
confirmar), de seg. a dom., das 9h às 21h;
até 31/4
Onde: Oca (parque Ibirapuera, s/nš,
portão 2)
Quanto: preço a definir
Texto Anterior: Programação Próximo Texto: Cinema: Após 20 anos em cartaz, "Trair e Coçar..." vira filme Índice
|