São Paulo, domingo, 26 de dezembro de 2010

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Romance satírico de Voltaire é relançado pela Coleção Folha

"Cândido", publicado em 1759, critica a intolerância religiosa

DE SÃO PAULO

Domingo que vem, 2/1, a Coleção Folha Livros que Mudaram o Mundo abre espaço para o humor.
A sátira "Cândido ou O Otimista", de Voltaire, constitui o volume 17. A tradução é de Jorge Silva.
Um dos mais prolíficos escritores franceses do século 18, Voltaire (1694-1778) nasceu em Paris, com o nome de François-Marie Arouet.
Figura-chave do Iluminismo, deixou mais de 20 mil cartas e escritos variados, incluindo livros em quase todas as formas literárias praticadas em seu tempo, do panfleto ao romance, passando por peças teatrais, ensaios e poemas.
Escrito em 1759, "Cândido" parece desenvolver aquilo que o gênero conhecido como "Bidungsroman" (romance de formação) faria a sério, décadas mais tarde: narra o desenvolvimento psicológico e moral de seu protagonista, da infância à idade madura.
Voltaire enche a trama de episódios rocambolescos e fatos históricos, incluindo a Guerra dos Sete Anos (1756-1763) e o terremoto que devastou Lisboa em 1755, para narrar os amores e aventuras dos jovens protagonistas Cândido e Cunegundes.
O principal alvo da sátira é o filósofo alemão Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716), cujo otimismo é encarnado, no livro, por Pangloss, mentor de Cândido.
Voltaire faz todo tipo de infortúnio e desgraça ocorrer a Cândido, Cunegundes e Pangloss sem que, contudo, este último se abale.
Perto do fim do romance, Cândido chega a perguntar a Pangloss: "Quando foi enforcado, dissecado e obrigado a remar nas galés, pensou sempre que tudo que acontece neste mundo é para o melhor possível?".
"Eu sou sempre da minha primeira opinião", respondeu Pangloss.
"Porque enfim sou filósofo. Não devo desdizer-me, porque Leibniz não pode deixar de ter razão, e a harmonia preestabelecida é, no fim de tudo, a coisa mais bela deste mundo."


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