São Paulo, sábado, 27 de janeiro de 2007

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Síndrome da magreza ataca dentro e fora das passarelas

NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA

EVA JOORY
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Regimes, culpa após comer e insistentes olhadas no espelho. Esses são os principais sintomas da síndrome da magreza, que leva a vítima a sonhar com no mínimo três quilos a menos. A síndrome afeta modelos e freqüentadores da SPFW.
Pelos corredores da Bienal, perambulam fashionistas maníacos pelo manequim 38 -e sonhando com o 36. "Tenho obsessão por emagrecer. Vivo de dieta. Os estereótipos de beleza são todos magros", confessa a empresária Andréa Luz, 38. A pressão é tão grande que fashionistas que não seguem o padrão magro dizem ser alvo de discriminação -e nem os homens escapam da síndrome.
"Eu me acho gordinho", confessa o fotógrafo André Schiliró, que mede 1,76 m e pesa 78 quilos. "Deveria estar uns três quilos mais magro." "Sou discriminado por ser gordo", conta o estilista J. Pig. "As pessoas preferem os estilistas magros."
A estilista Pitty Taliani, 26, que pesa 50 quilos e mede 1,72 m, se considera "favorecida pelo biótipo". "Acho que o mundo da moda se preocupa demais com coisas que não importam", diz ela, que, apesar da ressalva, prefere ser magra a cheinha.
Mais difícil é aprender a gostar de ser gorda. "As minhas clientes levam livros de dieta de presente para mim. Todo dia alguém me fala que preciso emagrecer", diz a designer de jóias Vivi Malek, 23, dona de uma loja na Galeria Ouro Fino. "Não quero mais viver de dieta", declara o estilista Reinaldo Lourenço, que também já foi adepto das fórmulas milagrosas de emagrecimento. Ele mede 1,77 m e pesa 78 kg. Mas desabafa: "Pensando bem, eu poderia perder uns três quilos".


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