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TELEVISÃO
Crítica
É impossível desviar o olhar de "Metrópolis"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Tom Gunning, o importante
historiador do cinema, detém-se no enigma de "Metrópolis"
(TC Cult, 17h55; 12 anos), rodado em 1927, na Alemanha.
Dos filmes de Fritz Lang é
aquele que mais problemas
suscita: a ingênua conciliação
proposta entre capital e trabalho, o esquematismo da divisão
entre mundo superior (burguesia) e subterrâneo (operário), a ideia de os operários sofrerem uma dominação física,
os excessos expressionistas e,
por fim, o fato de Adolf Hitler
adorar o filme.
Até Lang tinha reservas em
relação a ele. No entanto, quase
cem anos depois de feito é quase impossível ao espectador
desviar o olhar dessas imagens.
Gunning vai mais longe e lembra tudo de recente que "Metrópolis" inspirou, inclusive
um videoclipe da cantora pop
Madonna.
Existe uma força na realização de que é difícil escapar. Ficção científica e estudo social,
projeção ao futuro e percepção
do presente medonho da Alemanha de 1925, cada imagem,
cada corte parece conter o cinema inteiro.
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