São Paulo, quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

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TELEVISÃO

Crítica

É impossível desviar o olhar de "Metrópolis"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Tom Gunning, o importante historiador do cinema, detém-se no enigma de "Metrópolis" (TC Cult, 17h55; 12 anos), rodado em 1927, na Alemanha.
Dos filmes de Fritz Lang é aquele que mais problemas suscita: a ingênua conciliação proposta entre capital e trabalho, o esquematismo da divisão entre mundo superior (burguesia) e subterrâneo (operário), a ideia de os operários sofrerem uma dominação física, os excessos expressionistas e, por fim, o fato de Adolf Hitler adorar o filme.
Até Lang tinha reservas em relação a ele. No entanto, quase cem anos depois de feito é quase impossível ao espectador desviar o olhar dessas imagens. Gunning vai mais longe e lembra tudo de recente que "Metrópolis" inspirou, inclusive um videoclipe da cantora pop Madonna.
Existe uma força na realização de que é difícil escapar. Ficção científica e estudo social, projeção ao futuro e percepção do presente medonho da Alemanha de 1925, cada imagem, cada corte parece conter o cinema inteiro.


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