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Compilações traçam panorama variado do gênero
especial para a Folha
A maneira mais rápida de conhecer as bandas que cultivam o neo-swing é recorrer às compilações.
Três delas, que podem ser encontradas em lojas de CDs importados, oferecem panoramas bem variados do gênero.
As mais consistentes são "Swing
This, Baby" e "Hipsters, Zoots &
Wingtips - The '90s Swingers".
Além de incluírem diferentes faixas com as populares Big Bad Voodoo Daddy, Brian Setzer Orchestra
e Royal Crown Revue, essas duas
compilações se completam.
Juntas mapeiam também uma
dúzia de bandas menos conhecidas, como Swingerhead, Bellevue
Cadillac, Set 'Em Up Joe, Jumpin'
Jimes e The Big Six. Das 15 faixas
que compõem cada uma, apenas
"Mr. Zoot Suit" (com os Flying
Neutrinos) e "Boogie Man" (de
Red & Red Hots") se repetem.
"Hipsters, Zoots & Wingtips"
chega a indicar qual é o estilo de
dança mais apropriado para
acompanhar cada faixa -seja o
"lindy" ou o ECS (abreviatura de
"swing da costa leste").
Um pouco mais oportunista,
"Next Generation Swing" já começa com "Jump, Jive, an' Wail". Essa
clássica gravação do cantor Louis
Prima (1911-1978) chamou a atenção dos norte-americanos num
popular comercial de TV da grife
Gap inspirado na onda neo-swing.
Além de incluir faixas com a
Brian Setzer Orchestra, Royal
Crown Revue e The Mighty Blue
Kings, essa compilação também
aponta para a afinidade dos novos
"swingers" com o ska, em "The
Rascal King", da banda The
Mighty Mighty Bosstones.
O álbum "Big Bad Voodoo
Daddy" mostra que a banda de Los
Angeles adora ritmos dançantes e
frenéticos. Temperados por saxofones e metais, os arranjos remetem aos clichês das big bands. O
swing e o "jump blues" dominam o
repertório, mas ainda há espaço
para mambo e rhythm and blues.
Embora costumem incluir ska e
rock pesado em seus shows, os
Cherry Poppin' Daddies concentram-se mais no swing e no "jump
blues" em seu quarto CD. Só que o
carisma do vocalista Steve Perry
desequilibra. Debochado, ele revela até uma porção Sinatra em
"When I Change Your Mind".
Em faixas como "Shake Your Lovemaker" ou "Pink Elephant", a
influência do líder Cab Calloway
(1907-1994) fica bem evidente.
Mas é no disco do Big Bad Voodoo
Daddy que aparece o cover de
"Minnie the Moocher" -marca
registrada do alucinado Calloway.
Também não faltam arranjos ao
estilo das big bands em "The Dirty
Boogie", o terceiro álbum da Brian
Setzer Orchestra. A versão de
"Rock This Town" (hit dos Stray
Cats) é uma das mais vibrantes.
No entanto, mesmo sem dispensar um leve verniz jazzístico, a música de Setzer se aproxima bem
mais de um rock'n'roll orquestral.
Não é à toa que a guitarra e os vocais ganham tanto destaque.
"Perennial Favorites", quarto álbum da banda Squirrel Nut Zippers, mostra que seus integrantes
têm certa razão ao rejeitar o rótulo
do neo-swing. Sem dúvida, há elementos do swing, mas o repertório
da banda mistura dixieland, jump
blues, calipso e sons de bandas de
rua de Nova Orleans.
Pelo mesmo caminho segue a
cantora Katharine Whalen. Seus
vocais lembram intérpretes americanas do início do século. Quem
gosta de música com um nostálgico aroma de brechó vai se divertir
com os Squirrel Nut Zippers.
(CC)
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