São Paulo, quarta, 27 de janeiro de 1999

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Velha guarda do jazz faz críticas

especial para a Folha

As bandas do neo-swing podem estar conquistando a atenção dos jovens, mas ainda não convenceram os músicos da velha guarda do jazz de que sua música é mais que um modismo retrô.
O trombonista e arranjador canadense Rob McConnell, que comanda há 30 anos a Boss Brass Band, acha que a música dos neo-swingers tem muito pouco a ver com o jazz ou com as clássicas big bands. "O que eles estão chamando de swing é algo mais próximo do rhythm and blues. São bandas que fazem música para dançar com dois ou três instrumentos de sopro. Elas têm muito mais a ver com Elvis Presley que com jazz."
O trompetista norte-americano Wynton Marsalis, que esteve há pouco no Brasil tocando com a Lincoln Center Jazz Orchestra, não concorda nem mesmo com a idéia de "revival" do jazz dançante.
"O swing nunca desapareceu desde que Louis Armstrong e os grupos Hot Five e Hot Seven o estabeleceram, nos anos 20. Essas novas bandas não fazem jazz."
Ainda assim, o trompetista de Nova Orleans vê um lado benéfico nessa onda. "Espero que os jovens que estão escutando esses grupos se liguem no swing e comecem a ouvir os verdadeiros mestres: Duke Ellington, Armstrong, Count Basie, John Coltrane."
Dick Lowenthal, atual maestro da Glenn Miller Orchestra, não vê futuro nesse modismo. "A maioria dessas bandas faz parte de uma onda passageira, já orquestras como a Glenn Miller são eternas." (CC)



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