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Velha guarda do jazz faz críticas
especial para a Folha
As bandas do neo-swing podem
estar conquistando a atenção dos
jovens, mas ainda não convenceram os músicos da velha guarda do
jazz de que sua música é mais que
um modismo retrô.
O trombonista e arranjador canadense Rob McConnell, que comanda há 30 anos a Boss Brass
Band, acha que a música dos neo-swingers tem muito pouco a ver
com o jazz ou com as clássicas big
bands. "O que eles estão chamando de swing é algo mais próximo
do rhythm and blues. São bandas
que fazem música para dançar
com dois ou três instrumentos de
sopro. Elas têm muito mais a ver
com Elvis Presley que com jazz."
O trompetista norte-americano
Wynton Marsalis, que esteve há
pouco no Brasil tocando com a
Lincoln Center Jazz Orchestra, não
concorda nem mesmo com a idéia
de "revival" do jazz dançante.
"O swing nunca desapareceu
desde que Louis Armstrong e os
grupos Hot Five e Hot Seven o estabeleceram, nos anos 20. Essas
novas bandas não fazem jazz."
Ainda assim, o trompetista de
Nova Orleans vê um lado benéfico
nessa onda. "Espero que os jovens
que estão escutando esses grupos
se liguem no swing e comecem a
ouvir os verdadeiros mestres: Duke Ellington, Armstrong, Count
Basie, John Coltrane."
Dick Lowenthal, atual maestro
da Glenn Miller Orchestra, não vê
futuro nesse modismo. "A maioria
dessas bandas faz parte de uma onda passageira, já orquestras como
a Glenn Miller são eternas."
(CC)
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