São Paulo, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2002

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CRÍTICA

O Malcolm McLaren brasileiro?

DA REPORTAGEM LOCAL

Parece tudo uma grande picaretagem? Com certeza, mas de cara é preciso lembrar que o rock sempre foi, mesmo, o reino das armações. Atrapalhado feito um eterno iniciante, Edu K só tenta, em seus mil e um golpes, fazer com afinco as lições do professor rock'n'roll. Nesse contexto, "Superstar" é um belíssimo disco de rock, mesmo no pique, às vezes ainda mantido, de Miami rock. O universo principal de influências, assumido, vem dos Rolling Stones, em particular, e das bandas de glam rock anos 70, em geral.
É, então, um disco de rock acelerado, mas não pesado. O ápice é "Ai, que Loucura", de perigosíssima provocação em torno de uma socialite maluca e da Presidência do país. No vetor romântico do rock de salto alto, "Pra Tocar Seu Coração" cumpre papel igualmente eficiente.
De resto, Syang toque ou não, é uma tremenda baderna. Edu K continua apostando no que dá errado agora e pode vir a dar certo adiante, quando ele já estiver em outra; Syang segue semi-incógnita na "Casa" de Silvio Santos.
Esse, por seu lado, cumpre o incrível papel de realçar o rap periférico de Xis e concede, como fez com Supla, em dar fôlego ao famigerado punk rock brasileiro, via Syang -ela é que não se anima a pegar o violão. E Edu K segue honesto nas pequenas trapaças, enquanto Silvio Santos cobiça status real de Malcolm McLaren tropical. (PEDRO ALEXANDRE SANCHES)


Superstar    
Grupo: DeFalla
Lançamento: independente (no site www.defalla.com.br ou na Baratos Afins, tel. 0/xx/11/ 223-3629)
Quanto: R$ 10




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