São Paulo, Sábado, 27 de Março de 1999
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DA RUA
Viatura

FERNANDO BONASSI
Armada até os dentes cariados dos ocupantes fardados e cheia de autoridade delegada, cruza a cidade em ruínas a viatura. Nos bairros chiques será vista apressada, trafegando pela esquerda, esnobando os importados mais velozes. Mas não se iludam os comunistas, que a revolução terá no camburão o cassetete que merece. E, onde os faróis alcançam, penetrando recônditas periferias, abre as sirenes sobre nós, cidadãos civilizados por carteiras profissionais e salários criminosos (estas sim nossas piores condenações). Aliás, quase mortos, quase porcos, acabamos no chiqueirinho.


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