São Paulo, terça-feira, 27 de abril de 2004

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Festival configura o anti-Skol Beats

DA REPORTAGEM LOCAL

São duas cidades a São Paulo de sábado, no Skol Beats, e a de domingo, no festival de hip hop. Numa, 49 mil pessoas se espremiam para pagar R$ 65 e/ou entrar nas instalações imponentes do sambódromo do Anhembi, buscando acesso à dança frenética. Noutra, 10 mil desembolsavam R$ 6 para desfrutar das instalações primeiro-mundistas do Sesc Itaquera. Esses não dançavam.
Economizavam esforços para cantar de cor a plenos pulmões os raps dos Racionais. Só pulavam ao comando de seu líder, Mano Brown, multiplicado no Skol Beats por dezenas de DJs.
O show de Itaquera era, também, a imagem em negativo da apresentação do também marginalizado Seu Jorge, no hotel Unique, epicentro da aristocracia paulistana. Naquela platéia a que os Racionais também compareceram, todos os convidados já chegavam com o carimbo de VIP, "very important people", na testa.
Os VIPs de Mano Brown contrastavam também com os do recente tributo a Ayrton Senna, que ocupavam quase metade do gramado do Pacaembu, deixando ao público pagante o fundão. No Sesc, eles é que se espremiam num cantinho desconfortável atrás das caixas de som. A área abrigava, além de parentes e playboys periféricos, deficientes físicos e acidentados. VIPs. (PAS)


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