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Festival configura o anti-Skol Beats
DA REPORTAGEM LOCAL
São duas cidades a São Paulo de
sábado, no Skol Beats, e a de domingo, no festival de hip hop. Numa, 49 mil pessoas se espremiam
para pagar R$ 65 e/ou entrar nas
instalações imponentes do sambódromo do Anhembi, buscando
acesso à dança frenética. Noutra,
10 mil desembolsavam R$ 6 para
desfrutar das instalações primeiro-mundistas do Sesc Itaquera.
Esses não dançavam.
Economizavam esforços para
cantar de cor a plenos pulmões os
raps dos Racionais. Só pulavam
ao comando de seu líder, Mano
Brown, multiplicado no Skol
Beats por dezenas de DJs.
O show de Itaquera era, também, a imagem em negativo da
apresentação do também marginalizado Seu Jorge, no hotel Unique, epicentro da aristocracia
paulistana. Naquela platéia a que
os Racionais também compareceram, todos os convidados já chegavam com o carimbo de VIP,
"very important people", na testa.
Os VIPs de Mano Brown contrastavam também com os do recente tributo a Ayrton Senna, que
ocupavam quase metade do gramado do Pacaembu, deixando ao
público pagante o fundão. No
Sesc, eles é que se espremiam
num cantinho desconfortável
atrás das caixas de som. A área
abrigava, além de parentes e playboys periféricos, deficientes físicos e acidentados. VIPs.
(PAS)
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