DA REDAÇÃO

Depois do anúncio da disponibilização na internet de milhares de fonogramas das épocas iniciais da música brasileira gravada, um outro projeto também dá a sua contribuição à memória nacional.
"Estudos", que começa a ser promovido hoje no Museu da Imagem do Som de São Paulo, terá como objetivo explorar em palestras a obra de artistas fundamentais no período entre as décadas de 1930 e 1950. O diferencial será a apresentação feita por nomes destacados da MPB de hoje como Zélia Duncan e Tom Zé.
"Queremos mostrar como o artista enfocado permanece relevante atualmente", frisa o curador do projeto, Carlos Rennó.
No primeiro encontro de "Estudos", o compositor Luiz Tatit comenta e exemplifica, por meio de gravações do acervo do MIS, a importância do baiano Dorival Caymmi. O convidado terá a liberdade de ele próprio interpretar passagens e trechos das peças escolhidas sobre o tema da noite.
"Outro ponto fundamental para demonstrar por que o valor de determinado artista ainda permanece hoje está relacionado ao seu método de composição, que muitas vezes se reflete em músicas atuais", diz Rennó.
O projeto também pretende divulgar o acervo do museu para o público, com foco na parte que pertencia à valiosa coleção do estudioso Miécio Caffé (1920-2003), que será a principal base sonora para as palestras.
A programação de "Estudos" percorrerá todo o ano de 2004 e poderá se estender no ano que vem. Nas próximas etapas do projeto, Max de Castro aborda Ataulfo Alves, Tom Zé examina João Gilberto e Moreno Veloso fala sobre o gaúcho Assis Valente, além de mais cinco encontros até dezembro. A platéia poderá participar com perguntas.