São Paulo, terça-feira, 27 de abril de 2004

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BEATS

TRIO CALAFRIO
O trio inglês X-Press 2 tinha tudo para levantar o público do palco principal às 4h. Mas, com um som baixo e com uma apresentação de pouco brilho, fez menos jam e mais do mesmo. House morna para clubber dormir.

TRIO TERNURA
O hino onipresente do Outkast, "Hey Ya!", deu as caras também no Skol Beats. O fantástico trio londrino Scratch Perverts incluiu a música que faz Lou Reed sorrir entre o clássico da "madchester" "Fools Gold", do Stone Roses, e o clássico do breakbeat "Firestarter", do Prodigy. Com um set que começou bebendo no hip hop e terminou com um drum'n'bass ultra-acelerado, os Scratch Perverts e seus seis pick-ups fizeram uma das apresentações gringas mais legais da tenda Movement.

ROCK CLUBBER
A intrusão mais latente sofrida pela música eletrônica veio pelas mãos do britânico Darren Emerson, ex-Underworld. Serviu-se da onipresente "Seven Nation Army", do White Stripes, em uma versão de 12 minutos que num primeiro minuto respeitava a linha de baixo da música, mas, na hora do refrão, aplicava uma house barulhenta e ácida capaz de fazer Jack e Meg White virarem clubbers de apito em uma mão e garrafa de água na outra.

TRANCETECNO
O italiano Mauro Picotto é dos poucos (se não o único) DJ do mundo que consegue unir sob a mesma pista fãs de tecno e de trance. Das melhores atrações da noite, Picotto quase fez a tenda cair quando tocou "Coldfunk", remix para "Clocks", do Coldplay.

NINGUÉM É DE FERRO
Eram 19h30 de sábado, e o DJ inglês Photek fazia um set instigante de drum'n'bass na Movement. Tão empolgante que um gari do Anhembi entrou na pista com um copo de cerveja, dançou duas músicas, foi abraçado pelos cybermanos e saiu de fininho.

CORRETOR ORTOGRÁFICO
Quem cuidava dos letreiros na tenda Movement cochilou. Quando Photek assumiu os pick-ups para mostrar seu set, foi "apresentado" nos letreiros como Poeck, o DJ brasiliense que tocaria depois na mesma tenda. Durante o set do top DJ Marky, outro escorregão: DJ... Marck!

SEGUNDO PLANO
Sucesso de público e crítica na edição passada, os VJs ficaram meio escondidinhos desta vez. O coletivo Bijari, escalado para o palco principal, teve de abaixar o "volume" de suas imagens para abrir espaço para a chuva de prata cafona e os videoclipes trazidos de casa pelo Fischerspooner.

CADÊ O NOISE?
Anunciado com pompa para bombar a tenda Bugged Out! durante a gravação de um DVD, o DJ Anderson Noise perdeu a paciência com o áudio do local. Depois de alguns minutos para arrumar o som, entrou, tocou outros cinco e, farejando problemas, deixou o palco até que fizessem um serviço decente.

MURPHY
Ele só estava ali porque o inglês C1 não pôde vir ao festival, mas o paulistano Murphy proporcionou ao público que lotou a tenda Bugged Out! um dos melhores momentos de um DJ, nacional ou não, num Skol Beats. A habilidade de Murphy é impressionante, e, quando ele tocou "Blue Monday", do New Order, até os problemas de som desapareceram.

CHILL OUT... MESMO
A galera levou a sério mesmo a idéia de "chill out". Por volta das 5h da manhã, quem ia ao espaço reservado, onde rolava música calma, tinha de entrar (e sair) numa fila indiana: quase toda a área estava ocupada por dorminhocos, que se acumulavam literalmente aos montes no chão.

ARRASTÃO
Era para acabar as 9h. Foi até as 9h10. O canadense Richie Hawtin até queria continuar seu set no palco principal, mas a organização e os seguranças não deixaram. Antes mesmo de o DJ desligar os pick-ups, seguranças, de braços dados, fizeram um "arrastão" pela pista, colocando o público para fora. Feio.
(BRUNO SAITO, DIEGO ASSIS, GUILHERME WERNECK, LÚCIO RIBEIRO, SHIN OLIVA SUZUKI E THIAGO NEY)


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