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Edição marca boa maré para o Brasil
DO ENVIADO ESPECIAL A CANNES
O Festival de Cannes, que é ao
mesmo tempo uma mostra de filmes e um mercado de cinema, representou neste ano um bom momento para o cinema brasileiro,
em termos de crítica e de negócios. O filme "Cidade de Deus", de
Fernando Meirelles, exibido na
mostra oficial não competitiva, se
transformou num dos grandes
sucessos de opinião do festival.
"Não poderia sonhar com coisa
melhor. Houve uma ótima recepção da crítica e também do público. Em todos os territórios (do
mundo), o filme já tem um distribuidor", diz Meirelles.
"Madame Satã", primeiro longa-metragem de Karim Ainouz,
na mostra "Um Certo Olhar",
também cativou a crítica, sobretudo européia. "Um Sol Alaranjado", do carioca Eduardo Valente,
ganhou o prêmio de melhor curta-metragem da mostra Cinéfondation, cujo júri foi presidido por
Martin Scorsese.
A presença de Walter Salles no
júri da mostra oficial, ao lado de
David Lynch e Raoul Ruiz, assegurou à imprensa internacional a
relevância do cinema do Brasil.
Salles é frequentemente citado como um líder da nova geração de
cineastas da América Latina.
"Cidade de Deus" pode ser considerado parte do ressurgente
movimento latino-americano de
cinema, chamado "La buena onda", escreveu o jornal inglês "The
Guardian", que qualificou o filme
de Meirelles como uma "saga extraordinária". "Meirelles tem um
estilo visual explosivo, um divertido sentido da narrativa e um impecável gosto musical", observou
"The New York Times".
As vendas de filmes brasileiros
pelo Grupo Novo de Cinema e TV
também foram bem-sucedidas.
"Cannes foi muito produtivo. É
importante continuar produzindo e manter a regularidade dessa
presença no mercado internacional", diz Tarcisio Vidigal, presidente da empresa.
"O Invasor", de Beto Brant, que
estréia em setembro na França
com 20 cópias, foi negociado com
Inglaterra e Israel, que também
adquiriu "Dias de Nietzsche em
Turim", de Julio Bressane, e
"Amores Possíveis", de Sandra
Wernek. "Lavoura Arcaica", de
Luiz Fernando Carvalho, foi comprado por França, Itália e México.
(ALN)
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