|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AUDIOVISUAL
Seminário começa hoje no Rio para discutir propostas estéticas e de estímulo à criatividade e à diversidade
Cinema brasileiro discute dimensão cultural
IVAN FINOTTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto o mundo do cinema
brasileiro se afoga nos números
sobre patrocínio estatal, o seminário "O Cinema como Expressão
Cultural", que começa hoje no
Centro Cultural Banco do Brasil
do Rio de Janeiro, nada contra a
corrente do economês.
Com seis debates que reúnem
alguns dos maiores nomes do cinema nacional, de "medalhões"
como Júlio Bressane a "novatos"
como Paulo Sacramento, o seminário quer abordar questões de
caráter cultural.
Discute-se, no fundo, a busca
por um novo cinema brasileiro.
Na quinta-feira, por exemplo, serão discutidas propostas estéticas
e culturais, com destaque para a
invenção de novos modos de narração.
Amanhã, no debate "Indústria
Cultural e Cultura", serão debatidas estratégias contra a redução
do cinema a critérios estritamente
comerciais. E hoje, na mesa que
abre o ciclo, às 14h, será tratada a
criação de mecanismos de produção e distribuição que sejam capazes de estimular a criatividade e a diversidade de expressões cinematográficas.
"Uma questão proposta é descobrir se os filmes produzidos no
período pós-Collor pensam e representam o país com o vigor dos
filmes dos grandes cineastas brasileiros", diz Eugênio Puppo, da
Heco Produções, responsável pela organização do evento ao lado
do teórico e crítico de cinema José
Carlos Avellar. Ex-presidente da
distribuidora Riofilme e há muito
defensor de um cinema plural no
país, Avellar será o mediador de
todos os debates.
Para o encerramento, quando
está previsto um resumo do seminário, conta-se com a presença do
secretário nacional do Audiovisual, Orlando Senna, e do presidente da Agência Nacional do Cinema, Gustavo Dahl.
Antes das mesas será apresentado um "vídeo de intervenção" ,
criado a partir de 20 entrevistas
com personalidades, intelectuais
e jovens realizadores. A idéia é
dar uma visão panorâmica das
principais questões que serão
tratadas no seminário.
Seguindo o roteiro que a Heco
Produções já traçou em outros
eventos, como a "Mostra Cinema
Marginal e Suas Fronteiras", as
idéias sobre o tema extrapolam o
ciclo de debates e viram o livro
"Caderno de Reflexão nš 1". Com
textos de Avellar, Ismail Xavier,
Arthur Autran, Carlos Mattos e
Paulo Sacramento, o livro será
distribuído ao público.
O CINEMA COMO EXPRESSÃO
CULTURAL. Onde: Centro Cultural
Banco do Brasil - Rio (r. Primeiro de
Março, 66, região central, tel. 0/xx/21/
3808-2020). Quando: de hoje a quinta,
às 14h e às 18h30. Quanto: R$ 30 (R$ 15
para estudantes).
Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Literatura: Arriaga traz "peso da morte" a São Paulo Índice
|