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São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 2003

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AUDIOVISUAL

Seminário começa hoje no Rio para discutir propostas estéticas e de estímulo à criatividade e à diversidade

Cinema brasileiro discute dimensão cultural

IVAN FINOTTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto o mundo do cinema brasileiro se afoga nos números sobre patrocínio estatal, o seminário "O Cinema como Expressão Cultural", que começa hoje no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, nada contra a corrente do economês.
Com seis debates que reúnem alguns dos maiores nomes do cinema nacional, de "medalhões" como Júlio Bressane a "novatos" como Paulo Sacramento, o seminário quer abordar questões de caráter cultural.
Discute-se, no fundo, a busca por um novo cinema brasileiro. Na quinta-feira, por exemplo, serão discutidas propostas estéticas e culturais, com destaque para a invenção de novos modos de narração.
Amanhã, no debate "Indústria Cultural e Cultura", serão debatidas estratégias contra a redução do cinema a critérios estritamente comerciais. E hoje, na mesa que abre o ciclo, às 14h, será tratada a criação de mecanismos de produção e distribuição que sejam capazes de estimular a criatividade e a diversidade de expressões cinematográficas.
"Uma questão proposta é descobrir se os filmes produzidos no período pós-Collor pensam e representam o país com o vigor dos filmes dos grandes cineastas brasileiros", diz Eugênio Puppo, da Heco Produções, responsável pela organização do evento ao lado do teórico e crítico de cinema José Carlos Avellar. Ex-presidente da distribuidora Riofilme e há muito defensor de um cinema plural no país, Avellar será o mediador de todos os debates.
Para o encerramento, quando está previsto um resumo do seminário, conta-se com a presença do secretário nacional do Audiovisual, Orlando Senna, e do presidente da Agência Nacional do Cinema, Gustavo Dahl.
Antes das mesas será apresentado um "vídeo de intervenção" , criado a partir de 20 entrevistas com personalidades, intelectuais e jovens realizadores. A idéia é dar uma visão panorâmica das principais questões que serão tratadas no seminário.
Seguindo o roteiro que a Heco Produções já traçou em outros eventos, como a "Mostra Cinema Marginal e Suas Fronteiras", as idéias sobre o tema extrapolam o ciclo de debates e viram o livro "Caderno de Reflexão nš 1". Com textos de Avellar, Ismail Xavier, Arthur Autran, Carlos Mattos e Paulo Sacramento, o livro será distribuído ao público.


O CINEMA COMO EXPRESSÃO CULTURAL. Onde: Centro Cultural Banco do Brasil - Rio (r. Primeiro de Março, 66, região central, tel. 0/xx/21/ 3808-2020). Quando: de hoje a quinta, às 14h e às 18h30. Quanto: R$ 30 (R$ 15 para estudantes).


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