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São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 2003

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LITERATURA

Arriaga traz "peso da morte" a São Paulo

CASSIANO ELEK MACHADO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Guillermo Arriaga pediu que todos olhassem suas mãos. E disse: "Vão ser algum dia mãos de um cadáver". A platéia fez um "ohhh" escandalizado.
Roteirista do filme-pancada "Amores Brutos", o escritor mexicano não pegou leve também em sua conversa com o público da Bienal do Rio, que terminou anteontem.
Hoje Arriaga pega a ponte aérea e leva sua literatura obcecada pela morte a São Paulo. O escritor, que veio ao Brasil para lançar seu romance "O Búfalo da Noite" (editora Gryphus), estará em debate no Espaço Unibanco (r. Augusta, 1.470, tel. 0/xx/11/287-5590).
Dividem a mesa com ele dois "primos" de sua literatura crua, o escritor e roteirista Marçal Aquino e Braulio Mantovani, que assinou o script de "Cidade de Deus". "Cidade de Deus" exerce enorme influência no cinema contemporâneo de todo o mundo", disse.
Arriaga acredita que assim como seu "Amores Brutos" o filme brasileiro não segue o caminho da banalização da violência. "A violência e a morte devem pesar muito. Não podemos pensar que uma morte não tenha valor, como nos filmes americanos."
O "peso da morte" é um dos projetos do escritor. "21 Gramas" parte de uma pesquisa que constatou que qualquer moribundo, quando colocado na balança, perde 21 gramas na hora da morte. "É sobre como essas gramas seguem pesando aos vivos."


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