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LITERATURA
Arriaga traz "peso da morte" a São Paulo
CASSIANO ELEK MACHADO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Guillermo Arriaga pediu que
todos olhassem suas mãos. E
disse: "Vão ser algum dia mãos
de um cadáver". A platéia fez
um "ohhh" escandalizado.
Roteirista do filme-pancada
"Amores Brutos", o escritor
mexicano não pegou leve também em sua conversa com o
público da Bienal do Rio, que
terminou anteontem.
Hoje Arriaga pega a ponte aérea e leva sua literatura obcecada pela morte a São Paulo. O escritor, que veio ao Brasil para
lançar seu romance "O Búfalo
da Noite" (editora Gryphus),
estará em debate no Espaço
Unibanco (r. Augusta, 1.470,
tel. 0/xx/11/287-5590).
Dividem a mesa com ele dois
"primos" de sua literatura crua,
o escritor e roteirista Marçal
Aquino e Braulio Mantovani,
que assinou o script de "Cidade
de Deus". "Cidade de Deus"
exerce enorme influência no cinema contemporâneo de todo
o mundo", disse.
Arriaga acredita que assim
como seu "Amores Brutos" o
filme brasileiro não segue o caminho da banalização da violência. "A violência e a morte devem pesar muito. Não podemos pensar que uma morte
não tenha valor, como nos filmes americanos."
O "peso da morte" é um dos
projetos do escritor. "21 Gramas" parte de uma pesquisa
que constatou que qualquer
moribundo, quando colocado
na balança, perde 21 gramas na
hora da morte. "É sobre como
essas gramas seguem pesando
aos vivos."
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