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Um Rio que vive na memória
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O que dizer de alguém como Bruno Barreto, que faz
um filme como "O Casamento de Romeu e Julieta"?
Qual sua ambição? Fazer
uma comédia de costumes?
Ok, mas como, sem perceber a paixão envolvida no
jogo de futebol?
Será sobreviver? Pode ser.
Abdica-se então do direito à
arte e passa-se a imitar vergonhosamente aquilo que a
TV faz.
Talvez por essas e outras
quase ninguém goste de
Bruno Barreto. Mas eu gosto. Sua tragédia é a do cineasta filho de produtor,
que traz no pescoço duas
longas cordas: a da arte e a
do comércio.
Por vezes, Bruno sabe ser
muito fiel a si mesmo, como
em "Bossa Nova" (TNT,
12h), retrato de um Rio que
não existe a não ser, talvez,
em sua memória, mas com
o qual ainda continua a sonhar.
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