São Paulo, sexta-feira, 27 de maio de 2005

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Um Rio que vive na memória

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O que dizer de alguém como Bruno Barreto, que faz um filme como "O Casamento de Romeu e Julieta"? Qual sua ambição? Fazer uma comédia de costumes? Ok, mas como, sem perceber a paixão envolvida no jogo de futebol?
Será sobreviver? Pode ser. Abdica-se então do direito à arte e passa-se a imitar vergonhosamente aquilo que a TV faz.
Talvez por essas e outras quase ninguém goste de Bruno Barreto. Mas eu gosto. Sua tragédia é a do cineasta filho de produtor, que traz no pescoço duas longas cordas: a da arte e a do comércio.
Por vezes, Bruno sabe ser muito fiel a si mesmo, como em "Bossa Nova" (TNT, 12h), retrato de um Rio que não existe a não ser, talvez, em sua memória, mas com o qual ainda continua a sonhar.

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