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JOHANNESBURGO (8)
Pasta de purê de milho reina na África do Sul
FÁBIO ZANINI
DE JOHANNESBURGO
Nas ruas de Johannesburgo, quem reina é o pap. A fixação dos moradores da metrópole sul-africana pela pasta branca de purê de milho
torna amador nosso fascínio
pelo arroz com feijão.
E admitem sem constrangimento: pap não tem muito
gosto. A menos que seja misturado a um cozido de frango
ou carne.
Um prato de pap é simples
de fazer, barato (25 rands; R$
6) e sustenta. É o alimento
por excelência das classes
trabalhadoras negras e, geralmente, mais de uma pessoa come do mesmo prato.
Parte de seu charme é o ritual: com a mão direita (jamais a esquerda) pegue um
pedaço de pap e o enrole como uma bolinha. Junte a um
pedaço de carne, frango ou
vegetais, de preferência embebidos em molho com peri-peri (uma pimenta forte com
origem em Moçambique). E
mande para dentro.
Em Durban, o pap disputa
atenção com o bunnychow,
trazido pela numerosa comunidade indiana: uma fatia
cúbica de pão de forma, em
que o miolo é substituído por
curry. E nas áreas africaners
(de descendentes de holandeses), não há como bater o
boerewors, uma linguiça de
boi temperada com pimenta,
coentro e cravo.
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