São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 2005

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Guerra feita com sentimentos

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

É uma guerra diferente a de "Amar e Morrer" (Telecine Classic, 13h25). O oficial alemão, ao ouvir a lista dos seus mortos (e eles são muitos, em 1944), tem um olhar compungido. O soldado alemão quase desmaia ao ver a mão de um cadáver submerso na neve.
A cena dos letreiros, então, é muito especial: um galho de árvore com flores brancas caindo dá a idéia de outono, depois a queda se acentua até o galho secar, anunciando o inverno. Parece filme japonês.
Dá nisso, quando Douglas Sirk, mestre do melodrama, vai à guerra. Alemão e esquerdista, casado com uma judia, fugido do Reich, ele sabia o que era a guerra e o nazismo. Nem por isso esquecia dos sentimentos dos homens. Daí "Amar e Morrer" ser uma obra-prima do melô, da guerra e também do cinemascope.

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