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Guerra feita com sentimentos
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É uma guerra diferente a
de "Amar e Morrer" (Telecine Classic, 13h25). O oficial alemão, ao ouvir a lista
dos seus mortos (e eles são
muitos, em 1944), tem um
olhar compungido. O soldado alemão quase desmaia ao ver a mão de um
cadáver submerso na neve.
A cena dos letreiros, então, é muito especial: um
galho de árvore com flores
brancas caindo dá a idéia de
outono, depois a queda se
acentua até o galho secar,
anunciando o inverno. Parece filme japonês.
Dá nisso, quando Douglas
Sirk, mestre do melodrama,
vai à guerra. Alemão e esquerdista, casado com uma
judia, fugido do Reich, ele
sabia o que era a guerra e o
nazismo. Nem por isso esquecia dos sentimentos dos
homens. Daí "Amar e Morrer" ser uma obra-prima do
melô, da guerra e também
do cinemascope.
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