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Documentário
Filme de Capovilla seduz pela nostalgia
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O tempo pode alterar a percepção que temos dos filmes,
sem mudar o interesse, atesta
"Subterrâneos do Futebol".
Esse clássico documentário
já chamou a atenção, nos anos
60, por evidenciar certas mazelas do futebol, em particular o
estado de escravatura a que são
reduzidos os atletas.
Hoje, esse tipo de discurso
está esgotado, mas o filme de
Maurice Capovilla segue importante. Já não nos comove a
idéia de que jovens sonham,
nos campos de várzea, com
uma glória impossível. O que
nos seduz é ver os campos de
várzea -hoje em extinção.
A nós nos interessam os sofrimentos do atleta profissional, mas menos do que o fato de
ser Valdir de Moraes, então goleiro palmeirense, quem fala
sobre o assunto. Outros nomes
igualmente ilustres desfilarão
pelo filme: Pelé, Zózimo etc. É o
tempo em que Tim treinava o
Bangu e o Bangu era grande.
"Todo Mundo", que completa o programa, é dirigido por
Thomaz Farkas. Sua realização
é do fim dos anos 70, e nele
reencontramos a aspiração de
Farkas ao clichê fotográfico.
Ele, que realizou belas fotos de
estádios no Brasil, reencontra o
momento privilegiado do clichê, o instante perfeito ao longo dos planos de um filme em
que o drama se dá em torno do
encontro entre times e público.
SUBTERRÂNEOS DO FUTEBOL/TODO MUNDO
Quando: hoje, às 22h35
Onde: Canal Brasil
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