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Crítica
Idéias de Hawks espreitam em "O Monstro"
CRÍTICO DA FOLHA
O maior mistério que envolve "O Monstro do Ártico"
(Turner Classic Movies, 16h30)
não vem das terríveis descobertas envolvendo extraterrestres que fazem alguns cientistas no Alasca.
Vem do fato de Howard
Hawks não ter dirigido este filme de 1951, mas Christian
Niby. Afinal, Hawks detinha os
direitos do filme. Os roteiristas
eram familiares a seu cinema
(Charles Lederer, Ben Hecht).
A equipe é inteiramente
hawksiana, com Russell Harlan
na direção de fotografia e Dimitri Tiomkin na música. Por
fim, Hawks produziu e supervisionou o trabalho de Niby, habitualmente montador de seus
filmes.
No mais, Hawks sempre gostou de variar de gênero. Essa
mistura de ficção científica e
terror viria a caráter para matar dois gêneros em que nunca
havia se aventurado.
Será pelos ecos macarthistas
do argumento que ele, afinal,
recuou? Pode ser. Visto hoje,
"O Monstro" parece um digno
filme de Hawks. Afinal, são
suas idéias que estão lá.
(INÁCIO ARAUJO)
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