São Paulo, sexta-feira, 27 de julho de 2001

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MATMOS

Duo torna ridícula e feia a beleza

DA REDAÇÃO

Diferentemente do que se pode imaginar, Matmos (Drew Daniel e Martin Schmidt) não pratica o freak pelo freak. Em "A Chance to Cut Is a Chance to Cure", a dupla de estômago forte disseca, literalmente, a beleza humana e extirpa a intenção de ser sempre mais belo do que se é.
"Lipostudio... And So On" remete ao alemão Mouse on Mars na cadência das experimentações tecno. Mas tudo muda de figura ao constatar que os sons foram obtidos pela sucção de gordura humana: o grotesco não é a gordura sendo sugada, é a idéia do belo após esse sarapatel humano. E a música é espantosamente agradável, mesmo experimental, um "Clube da Luta" musical.
"Spondee" une fonoaudiologia com house numa colagem literal e, por isso, ridícula. Palavras dissílabas são faladas na mesma intensidade, e seus respectivos sons, executados -tudo em meio a batidas disco. Mas a obra-prima é "California Rhinoplasty", uma ode metálica às clínicas de peruas e às próprias, com seus narizes patéticos. Nojento é o homem.
(MARCELO NEGROMONTE)

A Chance to Cut Is a Chance to Cure    
Grupo: Matmos
Lançamento: Matador (importado)
Onde encomendar: www.amazon.com, Bizarre (0/xx/11/220-7933), www.londoncalling.com.br



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