São Paulo, sexta-feira, 27 de julho de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CINEMA

Festival de animação exibe gratuitamente, até domingo, filmes de 38 países

Anima Mundi ocupa cinco espaços culturais em SP

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

Aos animados o fim de semana promete rara jornada. Os três dias finais do Anima Mundi (nona edição do Festival Internacional de Animação do Brasil e quinta a incluir um módulo paulistano em sua programação) têm filmes às centenas, exposição, palestras e oficinas.
Todas as atividades são gratuitas e ocorrem simultaneamente em cinco espaços da cidade (MIS, Centro Cultural Banco do Brasil, Centro Cultural Fiesp, Espaço Unibanco e Centro Brasileiro Britânico). As filas são o inconveniente inevitável -senhas para as sessões são distribuídas uma hora antes de seu início.
A programação de hoje traz dois títulos brasileiros de destaque, entre os 69 filmes nacionais que compõem o total de 361 em exibição. "Os Irmãos Willians", de Ricardo Dantas, integra o programa das 17h30, no Centro Cultural Fiesp. "Cavaleiro Jorge", de Otto Guerra, está na sessão das 20h30, no mesmo local.
"Os Irmãos Willians" ficou em segundo lugar na categoria melhor filme e venceu a categoria melhor filme brasileiro, pelo voto do júri popular do Anima Mundi 2001 no Rio, onde o festival foi realizado de 13 a 22 de julho.
O filme narra, em formato de telejornal, a história de quatro irmãos gêmeos (sobreviventes a um parto de 12) que formam um grupo de pagode. "É uma história real, que eu inventei", diz Dantas.
O gaúcho Otto Guerra, que atualmente prepara o longa "Wood & Stock - Sexo, Orégano e Rock'n'Roll", baseado nos personagens de Angeli, define "Cavaleiro Jorge" como "uma fábula que debocha da fé e do poder; questiona o bem e o mal", embora diga que poucos o reconheçam. "É bem difícil de entender. Minha mãe e a maioria das pessoas não entendem. Acho que estamos acostumados a assistir imagens que explicam falas e vice-versa. Não sabemos interpretar nada."
Pela primeira vez na história do festival, o Brasil comparece com o maior número de filmes entre os 38 países representados. Guerra atribui o fenômeno ao "computador". "O mercado que antes era restrito a filmes publicitários e ocasionais produções independentes ganhou novo espaço, o tal www", diz. Dantas avalia que o mercado continua para "peixe que nada em areia", mas diz que ser cineasta no Brasil "é bem melhor que ser jogador da seleção".
O júri popular no Rio elegeu "For the Birds", de Ralph Eggleston (EUA), como melhor filme e deu o terceiro lugar ao inglês "Hooves of Fire", de Richard Goleszowski.
Na categoria melhor filme brasileiro o segundo e o terceiro lugares foram, respectivamente, "Disfarce Explosivo", de Mário Galindo, e "Os Idiotas Mesmo", de Allan Sieber.



Texto Anterior: Crítica: Nova versão é racista e inferior ao original
Próximo Texto: Panorâmica - Madonna: Site sorteia hoje ingressos para show nos EUA
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.