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CINEMA
Festival de animação exibe gratuitamente, até domingo, filmes de 38 países
Anima Mundi ocupa cinco espaços culturais em SP
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
Aos animados o fim de semana
promete rara jornada. Os três dias
finais do Anima Mundi (nona
edição do Festival Internacional
de Animação do Brasil e quinta a
incluir um módulo paulistano em
sua programação) têm filmes às
centenas, exposição, palestras e
oficinas.
Todas as atividades são gratuitas e ocorrem simultaneamente
em cinco espaços da cidade (MIS,
Centro Cultural Banco do Brasil,
Centro Cultural Fiesp, Espaço
Unibanco e Centro Brasileiro Britânico). As filas são o inconveniente inevitável -senhas para as
sessões são distribuídas uma hora
antes de seu início.
A programação de hoje traz
dois títulos brasileiros de destaque, entre os 69 filmes nacionais
que compõem o total de 361 em
exibição. "Os Irmãos Willians",
de Ricardo Dantas, integra o programa das 17h30, no Centro Cultural Fiesp. "Cavaleiro Jorge", de
Otto Guerra, está na sessão das
20h30, no mesmo local.
"Os Irmãos Willians" ficou em
segundo lugar na categoria melhor filme e venceu a categoria
melhor filme brasileiro, pelo voto
do júri popular do Anima Mundi
2001 no Rio, onde o festival foi
realizado de 13 a 22 de julho.
O filme narra, em formato de telejornal, a história de quatro irmãos gêmeos (sobreviventes a
um parto de 12) que formam um
grupo de pagode. "É uma história
real, que eu inventei", diz Dantas.
O gaúcho Otto Guerra, que
atualmente prepara o longa
"Wood & Stock - Sexo, Orégano e
Rock'n'Roll", baseado nos personagens de Angeli, define "Cavaleiro Jorge" como "uma fábula que
debocha da fé e do poder; questiona o bem e o mal", embora diga
que poucos o reconheçam. "É
bem difícil de entender. Minha
mãe e a maioria das pessoas não
entendem. Acho que estamos
acostumados a assistir imagens
que explicam falas e vice-versa.
Não sabemos interpretar nada."
Pela primeira vez na história do
festival, o Brasil comparece com o
maior número de filmes entre os
38 países representados. Guerra
atribui o fenômeno ao "computador". "O mercado que antes era
restrito a filmes publicitários e
ocasionais produções independentes ganhou novo espaço, o tal
www", diz. Dantas avalia que o
mercado continua para "peixe
que nada em areia", mas diz que
ser cineasta no Brasil "é bem melhor que ser jogador da seleção".
O júri popular no Rio elegeu
"For the Birds", de Ralph Eggleston (EUA), como melhor filme e
deu o terceiro lugar ao inglês
"Hooves of Fire", de Richard Goleszowski.
Na categoria melhor filme brasileiro o segundo e o terceiro lugares foram, respectivamente, "Disfarce Explosivo", de Mário Galindo, e "Os Idiotas Mesmo", de
Allan Sieber.
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