São Paulo, sexta-feira, 27 de julho de 2001
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CINEMA/ESTRÉIAS "QUE MULHER É ESSA?" Atriz que vive nas telas vamp fatal teve total poder de decisão quanto à escolha de seus parceiros Tyler escolhe a dedo os homens que seduz
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES Quando tinha 15 anos, ela descobriu que seu pai não era o homem que a criou, aquele cujo nome constava na sua certidão de nascimento. Como em um roteiro hollywoodiano, ela descobriu que o homem que a gerou era ninguém menos do que Steve Tyler, o vocalista de uma das maiores bandas de rock do mundo, o Aerosmith. Convencida pela mãe, uma ex modelo, de que a mentira foi apenas um mecanismo de defesa para afastá-la da vida perigosa que o seu pai levava, Liv Tyler, há alguns anos, decidiu finalmente aproximar-se do roqueiro, que a recebeu apaixonadamente e de quem emprestou o sobrenome antes mesmo de entrar para a vida artística. "As pessoas acham que, porque sou filha de gente famosa, sempre consegui as coisas com mais facilidade", disse, explicando ficar bastante perturbada com as alegações de que só consegue bons papéis por causa do pai. "Mas metade dos diretores com quem trabalho não têm idéia de quem Steve é", explica ela, que garante que o telefone em sua casa não toca insistentemente com ofertas de emprego. Mas, se as coisas ainda não acontecem desta forma, falta muito pouco para que a atriz de 23 anos, pele de porcelana, comentados lábios e bizarra semelhança com o pai figure na lista das personalidades mais ocupadas do cinema norte-americano. Fatal Depois de protagonizar "Que Mulher É Essa?", filme no qual atua no papel de uma vamp fatal cujo grande barato é deixar os homens de quatro (alguns, literalmente), Tyler irá aparecer agora na milionária trilogia "Lord of the Rings", que se baseia na fantasia épica de J.R.R Tolkien e que está sendo rodada agora na Nova Zelândia. Em "Que Mulher É Essa?", pela primeira vez como protagonista, ela teve todo o poder de escolha sobre os demais atores do filme, privilégio concedido a poucas estrelas da sua grandeza. "Matt [Dillon", Paul [Reiser" e John [Goodman" passaram por meu controle de qualidade", diverte-se, referindo-se aos três objetos de sua (falsa) afeição e dizendo que não se intimidou ao vetar alguns nomes que apareciam na lista de candidatos às três vagas. A idéia de colocar Tyler sob as luzes mais fortes da ribalta partiu de ninguém menos que Michael Douglas, produtor do filme e que, debaixo de uma maquiagem hilária, faz participação especial. "Foi bárbaro contracenar com Michael e além disso vê-lo como produtor", diz Tyler, atriz que apesar da curta carreira, já foi dirigida por Bernardo Bertolucci, em "Beleza Roubada", Tom Hanks, em "The Wonders - O Sonho Não Acabou", e Robert Altman, em "A Fortuna de Cookie" e "Dr. T e as Mulheres". "Ela foi a escolha perfeita", comemora Harald Zwart, o diretor holandês vindo do mundo do videoclipe e que faz sua estréia em Hollywood com esse filme. Comercial Em uma das cenas mais eróticas do filme, Tyler pode ser vista protagonizando a lavagem de carro mais sensual de toda a história do cinema. "Dei a ela um balde cheio de espuma, uma esponja e disse que deixaria a música rolar no set até que ela encontrasse o tom apropriado da cena", contou Zwart. "Precisamos somente de algumas poucas tomadas para chegar ao resultado que se pode ver nas telas." "Não sei se toparia encarar novamente um projeto tão comercial como foi "Armageddon'", diz Tyler. "Meu objetivo é orbitar constantemente pelo circuito de filmes independentes e produções mais alternativas", conta ela, que não nega ter ficado decepcionada com sua atuação no blockbuster da dupla Michael Bay/ Jerry Bruckheimer. "Só espero não precisar ceder aos encantos do capitalismo se por acaso minha carreira estacionar por um tempo". (MILLY LACOMBE) Texto Anterior: Debate: Especialistas discutem moda na segunda Próximo Texto: Crítica: Longa não supera baixeza e comercialismo hollywoodianos Índice |
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