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CRÍTICA
"Ator e Estranhamento" tem a vocação das obras úteis
ESPECIAL PARA A FOLHA
A bibliografia sobre a arte do
ator, no Brasil, soma alguns títulos desde as remotas "Lições Dramáticas", escritas por João Caetano em 1862. Os estudos parecem
ser menos escassos do que se imagina, mas são pouco divulgados.
O livro de Rizzo resulta de dissertação de mestrado e revela a
existência de outros textos sobre o
tema, com os quais dialoga. O tema, no caso, consiste na figura e
na presença do diligente Kusnet,
grande ator e teórico eficaz.
Rizzo põe ordem na casa ao
afastar clichês de que a obra de
Stanislavski foi vítima não apenas
no Brasil, mas sobretudo nos
EUA. O ensaísta divulga os pouco
acessíveis "Estudos sobre Stanislavski", de Brecht. Kusnet quis
dar às peças de Brecht o sistema
de que sua montagem precisa,
emprestando densidade política
às idéias de Stanislavski.
O livro se ressente do excesso de
citações, como se o autor, dispondo de material relativamente rico,
não ousasse desperdiçá-lo. Mas
reúne qualidades para ser lido nos
meios especializados, além de ser
bem escrito o bastante para que
os amigos do teatro, mesmo os
eventuais, possam percorrê-lo.
"Ator e Estranhamento" tem a
vocação dos livros úteis.
(FERNANDO MARQUES)
Ator e Estranhamento - Brecht e Stanislavski, segundo Kusnet
Autor: Eraldo Pêra Rizzo
Editora: Senac São Paulo
Quanto: R$ 25 (142 págs.)
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