São Paulo, segunda-feira, 27 de agosto de 2001

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CRÍTICA
"Ator e Estranhamento" tem a vocação das obras úteis

ESPECIAL PARA A FOLHA

A bibliografia sobre a arte do ator, no Brasil, soma alguns títulos desde as remotas "Lições Dramáticas", escritas por João Caetano em 1862. Os estudos parecem ser menos escassos do que se imagina, mas são pouco divulgados.
O livro de Rizzo resulta de dissertação de mestrado e revela a existência de outros textos sobre o tema, com os quais dialoga. O tema, no caso, consiste na figura e na presença do diligente Kusnet, grande ator e teórico eficaz.
Rizzo põe ordem na casa ao afastar clichês de que a obra de Stanislavski foi vítima não apenas no Brasil, mas sobretudo nos EUA. O ensaísta divulga os pouco acessíveis "Estudos sobre Stanislavski", de Brecht. Kusnet quis dar às peças de Brecht o sistema de que sua montagem precisa, emprestando densidade política às idéias de Stanislavski.
O livro se ressente do excesso de citações, como se o autor, dispondo de material relativamente rico, não ousasse desperdiçá-lo. Mas reúne qualidades para ser lido nos meios especializados, além de ser bem escrito o bastante para que os amigos do teatro, mesmo os eventuais, possam percorrê-lo. "Ator e Estranhamento" tem a vocação dos livros úteis.
(FERNANDO MARQUES)

Ator e Estranhamento - Brecht e Stanislavski, segundo Kusnet
    Autor: Eraldo Pêra Rizzo Editora: Senac São Paulo Quanto: R$ 25 (142 págs.)




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