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Crítica
"Casa de Areia" vê maturação de Waddington
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Com "Casa de Areia" (Canal Brasil, 22h), é possível que
Andrucha Waddington esteja
amadurecendo como diretor
de cinema. E por que essa dúvida, o "é possível" encaixado no
meio da frase, enfraquecendo a
afirmação?
É que até hoje não consegui
perceber qual o projeto cinematográfico do realizador, que
começou incerto, dando ares
de nobilitação a Nelson Rodrigues (uma nobilitação desnecessária, diga-se), depois desviou-se para o "Eu, Tu, Eles",
destinado ao sucesso já por sua
conotação sexual (no Brasil todo mundo fala mal, mas é o que
todo mundo vai ver).
Em "Casa de Areia", bem outra é a inflexão. A tempestade
de areia, a dificuldade de caminhar, a aridez constante, a incrível solidão das personagens,
tudo leva a crer num filme de
prestígio, sério. Em comum, os
três filmes têm o fato de serem
feitos técnicos. O que talvez seja marca não só de Waddington, mas de uma geração que
identifica domínio da técnica e
domínio do cinema.
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