São Paulo, segunda-feira, 27 de agosto de 2007

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Começa festa literária de Passo Fundo

Evento no RS reunirá os brasileiros Milton Hatoum e José Roberto Torero e o italiano Carlo Ginzburg

EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL

A 12ª edição da Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, começa hoje à noite com uma novidade: a ampliação de seu foco nas letras para outras manifestações artísticas, insinuadas no tema deste ano, "Leitura da Arte e Arte da Leitura".
De acordo com a professora Tania Rösing, idealizadora e coordenadora da Jornada, o objetivo é "gerar não apenas leitores, mas platéias qualificadas para apreciar artes plásticas, concertos, cinema, teatro, fotografia, arquitetura e até mesmo moda".
Para tanto, Rösing e sua equipe buscaram escalar um time de convidados que notoriamente tenham estabelecido interseções entre as letras e outras áreas da cultura.
Ao todo, haverá mais de 200 artistas em Passo Fundo, 115 deles escritores brasileiros e estrangeiros que satisfazem a mescla proposta pelo tema, como José Roberto Torero, Ferréz, Milton Hatoum, Luiz Ruffato, Ziraldo, Nelson Motta e Daniel Galera, entre outros.
Galera é um dos finalistas do prêmio Zaffari & Bourbon de Literatura, com seu livro "Mãos de Cavalo".

Destaques internacionais
O prêmio pagará R$ 100 mil ao melhor romance de língua portuguesa publicado entre junho de 2005 e 30 de maio de 2007. A lista de concorrentes tem ainda José Saramago ("As Intermitências da Morte"), Ruffato ("Vista Parcial da Noite"), Hatoum ("Cinzas do Norte"), entre outros.
Entre os destaques do time de convidados internacionais estão o moçambicano Mia Couto, o polonês Miroslaw Bujko e o italiano Carlo Ginzburg. A programação cultural terá ainda show do cantor e compositor Elomar e a exibição do documentário "Português, a Língua do Brasil", do cineasta Nelson Pereira dos Santos.
A programação completa da jornada pode ser acessada na página www.jornadadeliteratura.upf.br.

Tânia Rösing faz questão de diferenciar a Jornada de Passo Fundo de demais festivais literários do país.

Evento, não
"A Jornada é o ápice de um trabalho permanente, e não apenas eventual, de educação voltado para professores, estudantes universitários e alunos das redes municipal e estadual", explica a professora.
"Como tudo que é ligado à universidade tem certo ranço acadêmico, tiramos o ranço, e o clima é de festa. Nós fazemos com que as pessoas entendam que a leitura, seja do cinema, da TV, do livro ou da internet, é prazerosa."
A expectativa de Rösing é de que o público da Jornada, que termina na sexta-feira, ultrapasse 12 mil pessoas.


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